NO CERCO DE MARIUPOL, O ” BATALHÃO AZOV” É O CENTRO DA DEFESA

A imprensa internacional, já se disse aqui, cumpre um papel pífio na cobertura deste confronto Rússia-Ucrânia.

Até pelo Google se obtêm mais informações que nos jornais e tevês noticiosas. Consegui, agora a confirmação de que há mais uma omissão inacreditável.

O famoso “Batalhão Azov“, uma organização neonazista que participou da insurreição ucraniana de 2014 e, no ano seguinte, foi incorporado às forças militares do país e elevado à condição de Regimento, recebendo tanques e carros de combate quase não é mencionado na mídia, mas está ativo, muito ativo, e nos principais cenários da guerra.

Conhecido por recrutar elementos de extrema-direita no mundo todo – inclusive no Brasil – para combater os ucranianos de origem russa é a unidade militar que está no centro da defesa do porto de Mariupol, confirmou o prefeito da cidade, Vadym Boichenko.

Em entrevista ao jornal ucraniano Pravda, ao descrever o cerco completo da cidade, ele disse que estão “”apelando em todos os níveis [por ajuda]: as Forças Armadas da Ucrânia precisam de ajuda. Nossos heróicos soldados, o regimento Azov, a Guarda Nacional, os fuzileiros navais, a polícia, todos já estão lutando por nossa pátria.

O grupo, que ficou conhecido por usar insígnias nazistas e promover espancamentos e assassinatos na região de Donesk, não merece agora o destaque que teve, tempos atrás, na imprensa internacional.

Estranho, numa guerra em que tantas acusações de “nazismo” são trocadas de parte a parte.

O núcleo central do Azov, embora ele esteja hoje expandido para o controle de organismos policiais ao redor de Kiev, é aquela cidade portuária, a principal do Mar de Azov, que lhe dá nome.

Não se pode, claro, dizer que os ucranianos são nazistas, seria uma mentira. Mas que o governo tem corpos militares assumidamente nazistas, é um fato real e deveria ser noticiado.

Há denúncias da imprensa russa de que os soldados do Azov e do Pravy Sektor (Setor Direito) estariam impedindo a saída de civis da cidade. Mas não há nada para ler, nem um mísero correspondente de guerra que nos informe o quanto disso é verdade.

Porque se for, é uma razão para que os combates por lá sejam tão encarniçados. E trágicos.

FERNANDO BRITO ” BLOG TILOJAÇO” ( BRASIL)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *