Desta vez, não houve passeio de jet-sky, nem de lancha ao lado de uma moçoila num biquíni apertadinho, nem de moto, nem de carro de corrida.
Ao contrário do que fez quando houve catástrofes em São Paulo e na Bahia, estados governados por inimigos (como todo psicopata, ele não tem adversários: tem inimigos), Jair Messias voltou de seu passeio por Moscou e Budapeste direto para o Rio.
Esperou o céu abrir e foi de helicóptero até a Petrópolis devastada por enchentes e desmoronamentos que deixaram pelo menos 130 mortos e mais de duzentos desaparecidos.
Ao lado de Cláudio Castro, o governador bolsonarista, e de um séquito integrado, entre outros, pelos especialmente reacionários generais empijamados Braga Netto e Augusto Heleno, além do ultra falante e super bajulador presidente da Caixa Econômica Federal cujo nome não merece menção, Jair Messias tornou a dar fartas e retumbantes mostras de sua desqualificação irremediável.
Depois do óbvio – “vimos imagens de guerra” – disse que não há como prevenir todas as tragédias, como a que acabou de acontecer em Petrópolis. Mencionou que é difícil conseguir realizar o que é necessário para impedir acidentes como os que a cidade enfrentou porque os recursos existem, estão no orçamento, mas são escassos. Prometeu mandar dinheiro para Petrópolis. E aproveitou para pedir a Deus que não ocorram outras.
Bem: quanto a prevenir, há pelo menos cinco anos existem relatórios técnicos especialmente elaborados advertindo para o alto risco de várias zonas habitadas na cidade. Aliás, exatamente onde a tragédia foi maior. E nenhum governo – o nacional, o estadual e o municipal – fez coisa alguma.
Fotos e vídeos que circulam na grande imprensa e nas redes sociais mostram a população cavando com enxadas e, muitas vezes com as mãos, à procura de sobreviventes e mortos. Sobram queixas de que poucos bombeiros foram mandados para as áreas destruídas.
Vale reiterar que o governador Cláudio Castro, que pretende se reeleger, gastou no ano passado menos da metade do orçamento previsto para evitar catástrofes. O resto teve outro destino.
Com relação à queixa da falta de bombeiros, saiu-se com uma explicação bisonha e perversa: “Não adianta ter gente demais. Há um problema sério de trânsito. O local ainda está instável. Não adianta botar duas, três, quatro mil pessoas ali”.
Já Rubens Bomtempo, que pela quarta vez ocupa a prefeitura de Petrópolis, gastou em 2021 menos com medidas de prevenção do que com publicidade e a faustosa iluminação de Natal.
Em semelhante companhia, dificilmente Jair Messias vai alcançar o verdadeiro e único propósito da sua viagem: ganhar pontos na sua permanente campanha eleitoral.
ERIC NEPUMOCENO ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)