CHARGE DE AROEIRA
Em ano eleitoral, o TCU terá que decidir apurações contra os pré-candidatos Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e também Jair Bolsonaro
Jornal GGN – Em ano eleitoral, o Tribunal de Contas da União (TCU) terá que decidir sobre apurações contra os pré-candidatos Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e Jair Bolsonaro. Apesar de pouco provável, a eventual punição de Moro e Dallagnol pelo TCU pode torná-los inelegíveis na Lei da Ficha Limpa.
Contra o ex-juiz da Lava Jato e pré-candidato à Presidência ao Podemos, o TCU terá que avaliar e investigar os honorários recebidos pelo ex-juiz quando advogou para uma consultoria americana ligada à Odebrecht.
O caso ganhou repercussão pelo conflitos de interesses, uma vez que a Odebrecht foi acusada pelo ex-juiz, quando atuava na Lava Jato, e a consultoria americana Alvarez & Marsal é responsável pela recuperação judicial da empreiteira.
Mas no Tribunal de Contas, a apuração é sobre a remuneração recebida pelo ex-juiz quando começou a advogar para a consultoria. O ministro Bruno Dantas quer saber quanto Sergio Moro recebeu e pediu documentos sobre a saída dele da empresa, em outubro, quando decidiu concorrer às eleições este ano.
Já o ex-coordenador da Lava Jato na força-tarefa do MPF em Curitiba, Deltan Dallagnol, é investigado desde novembro pelo uso de diárias e passagens aéreas, de forma suspeita.
Ao todo, procuradores escolhidos a dedo da Lava Jato receberam um benefício de R$ 2,5 milhões para viagens entre 2014 e 2021. Os valores caracterizariam um “rendimento extra”, segundo o ministro Dantas.
“Não há qualquer indício de que teria sido inviável adotar regras de limitação para o pagamento de diárias e passagens, como as utilizadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por exemplo; ou promover remoções temporárias, mediante pagamento de ajuda de custos; ou mesmo realizar concurso de remoção para procuradores que fossem especialistas na matéria objeto da Lava-Jato”, considerou o ministro.
Apesar de pouco provável, a eventual punição de Moro e Dallagnol pelo TCU pode torná-los inelegíveis na Lei da Ficha Limpa.
Contra o atual mandatário que busca a reeleição, há investigações diversas sobre gastos públicos em seu governo, incluindo com cartão corporativo, a gestão de Bolsonaro na pandemia e a fiscalização de todos os investimentos públicos feitos sob o seu mandato.
PATRICIA FAERMANN ” JORNAL GGN” ( BRASIL)