Após receber a parte do relatório da CPI da Covid que envolve as 13 pessoas com foro no Supremo Tribunal Federal, entre elas Bolsonaro, o procurador-geral da República Augusto Aras tinha três alternativas: 1) Poderia apresentar denunciar os encrencados à Suprema Corte; 2) Poderia requerer ao Supremo a abertura de inquéritos na Polícia Federal; 3) Poderia optar pela abertura de investigações preliminares. Optou pela terceira via. Abriu investigação preliminar, que na sua gestão virou sinônimo de embromação.
Esta será a nonagésima terceira investigação preliminar aberta contra Bolsonaro na gestão Aras. Notícia do Globo informa que, nas 92 investigações anteriores, algumas relacionadas à pandemia, até o momento não há notícia de que a Procuradoria tenha atribuído ao presidente a prática de algum crime.
Integrantes da própria Procuradoria afirmam que a abertura de investigações preliminares tornou-se uma tática de Aras para responder às pressões sem perder o controle sobre os casos. Se pedisse a abertura de inquéritos perante o Supremo, seria sorteado um ministro para relatar o processo. E esse magistrado passaria a autorizar as diligências contra os investigados, fiscalizando a evolução da apuração.
O procedimento preliminar dá a Aras a oportunidade de arquivar investigações por conta própria. Quer dizer: submetido ao relatório da CPI que acusa o presidente da prática de nove crimes, dos quais sete dependem da Procuradoria para virar denúncia, Augusto Aras acionou o modo embromação.
JOSIAS DE SOUZA ” SITE DO UOL” ( BRASIL)