A principal dificuldade para inovar foi a falta de acessos a recursos de financiamento, mostrando o esvaziamento das verbas de pesquisa do governo federal.
A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), “Impactos da pandemia na indústria”, visa medir o que a indústria perdeu nos últimos anos. Colocou-se como único fator de análise a pandemia da Covid-19. Mas, obviamente, a indústria foi afetada também pela pandemia gerencial, o apagão administrativo do governo Bolsonaro, com impacto direto em muitas frentes.
Do universo de empresas consultadas, 20% se declararam muito prejudicadas, 15% prejudicadas, 20% mais ou menos prejudicadas, 24% pouco prejudicadas e 20% nada prejudicadas.
As menores foram as mais prejudicadas, 22% muito prejudicados e 13% prejudicados, contra 14% muito prejudicados e 16% prejudicados entre as grandes empresas.
Os maiores fatores negativos foram a cadeia de fornecedores (como primeira influência para 39% e segunda para 19%), queda de vendas (27% e 13%) e linha de produção (10% e 13%). Mesmo assim, o faturamento bruto aumentou muito para 30% e aumentou para 25%.
As maiores alterações ocorreram na relação com os trabalhadores (67%), nas vendas (60%), nas relações com clientes (59%), na gestão (58%), cadeia de fornecedores (53%), linha de produção (53%), tecnologias digitais (51%), controle de estoques (45%) er logística (445). Ou seja, não teve setor que não tenha se alterado.
A pandemia trouxe relevância para a inovação. Em 2020, 23% das empresas davam importância muito alta para a inovação e 43% davam importância. Em 2021 aumentou para 32% dando muita importância e 39%¨dando importância.
Curiosamente, a maior importância dada para a inovação foi entre as empresas médias – 39% dando muita importância em 2021 contra 22% em 2020. Entras a grandes empresas 30% deram grande importância em 2021 contra 26% em 2020. 26% admitiram muito aumento na lucratividade devido à inovação, contra 41% que consideram um aumento relativo.
80% das empresas inovaram na pandemia com ganhos em lucratividade, produtividade e competitividade. Mas apenas as 37% tem orçamento específico para inovação e 35% tem profissionais dedicados exclusivamente à inovação.
A principal dificuldade para inovar foi a falta de acessos a recursos de financiamento, mostrando o esvaziamento das verbas de pesquisa do governo federal.
Os principais parceiros para inovar são os fornecedores (235), outras empresas (11%), bancos (em geral( 11%) e universidades (9%). Em outros tempos, universidade era a principal parceria, O esvaziamento do financiamento às pesquisas derrubou a parceria.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)