Algo aconteceu com Jair Bolsonaro que passou a dizer algumas verdades (o que, aliás, resolve coisa alguma).
Depois de afirmar que “nada é tão ruim que não possa piorar” . disse a O Globo que ele é “um zero à esquerda” em matéria de economia e que está a cargo do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, evitar que a inflação dispare, ainda que não possa fazer isso à custa de aumentos seguidos das taxas de juros.
Senhor presidente: o banco central só tem duas politicas para interferir com força neste processo: os juros, que seguem em tendência expansionistas (abaixo da inflação) e o câmbio, que não tem se abalado com as intervenções do BC vendendo moeda norte-americana.
O real está completamente desprotegido e não flutua, sacode ao sabor das oscilações das condições internacionais.
E estas, não precisa ser analista da Bloomberg para saber, vão se enchendo de nuvens escuras para o Brasil. Nossas commodities, que “bombavam” começam a perder valor de forma consistente, com as apreensões com o ritmo da economia chinesa e, sobretudo, tempos uma policrise energética: sem eletricidade, ainda estamos enfrentando uma alta consistente nos preços internacionais do petróleo, que alcançou um patamar que não se via desde 2014, perto de US$ 80 por barril.
Sim, em dólar, que hoje deve abrir em nova alta, deixar para trás os R$ 5,40 e caminhar, salvo por intervenções brutais do BC, na direção dos R$ 5,50.
O reajuste dos preços dos combustíveis, que na cartilha da paridade que a Petrobras jurou defender, ainda ontem, varia de 30 a 40% entre diesel e gasolina. A tal paridade com os preços internacional é absolutamente inviável e já será um desastre o reajuste de apenas um dígito que se prepara para o final da semana ou na próxima.
O o “zero à esquerda” vai continuar na cantilena de que “é o mercado, são os governadores, foi o lockdown”.
Cuidado, zeros à esquerda, Bolsonaro, costumam ser descartados.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)