O BERRANTE GOLPISTA DE SÉRGIO REIS ENCOBRE QUE A CESTA BÁSICA DISPAROU

CHARGE DE LATUFF

Sérgio Reis tocou tão alto o berrante golpista de Jair Bolsonaro que muita gente não escutou que o preço da cesta básica subiu mais de 22% nos últimos 12 meses do governo Jair Bolsonaro. Na atual circunstância, panelas velhas e novas de homens e mulheres estão vazias, bem como suas geladeiras e mesas.

E, na falta de pão, dá-lhe circo.

Após operação contra o cantor Sérgio Reis, que propôs depor ministros do Supremo Tribunal Federal na marra e estava ajudando a organizar atos de apoio ao golpismo de Jair Bolsonaro marcados para o 7 de setembro, as redes sociais e grupos em aplicativos de mensagens da extrema direita trabalharam intensamente na tarde desta sexta (20).

Cinicamente, chamam de golpe os freios do Poder Judiciário para limitar os ataques do presidente e seus aliados à democracia. E, assim, convocam um “contragolpe”. Com polícia, com milícia, com tudo.

Enquanto Jair Bolsonaro aproveita o embate com o STF para bombar a micareta golpista, a maior parte dos trabalhadores segue comendo o pão que o diabo amassou. Ou nem isso, pois o pão francês subiu, em média, 1,13% em apenas um mês.

O preço do quilo do tomate aumentou 39,95%, em Belo Horizonte, no mês de julho em relação a junho; o café em pó disparou 10,96%, em Vitória; o açúcar refinado, 8,12%, no Rio de Janeiro; o litro de leitou integral, 5,71%, em Natal. Os números são do Dieese, que realiza um levantamento mensal do custo da cesta básica.

Ao todo, 14,8 milhões de pessoas procuraram serviço sem encontrar, representando 14,6% da população brasileira, segundo levantamento do IBGE. Outros 5,7 milhões desistiram de tentar um emprego, não porque não querem trabalhar, mas por acreditarem que não vão conseguir nada.

auxílio emergencial que deveria garantir dignidade na pandemia e que foi de R$ 600 ou R$ 1200 no primeiro semestre de 2020, hoje está em R$ 150, R$ 250 ou R$ 375. O piso não compra um 25% da cesta básica em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Florianópolis.

Com isso, a falta de alimentos, que já havia se aconchegado em muitos lares no final do ano passado (9% da população, a maior taxa desde 2004), se ampliou. Foram 19,1 milhões que passaram fome em um universo de 116,8 milhões que não tiveram acesso pleno e permanente à comida, de acordo com pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Neste ano, com menos recursos e mais desemprego e inflação, a situação está ainda pior.

Apesar de alguma melhora, a geração de empregos não engrenou junto aos mais pobres. Bolsonaro aposta que isso vai mudar em 2022, com a população amplamente vacinada e a economia crescendo. E que com o Auxílio Brasil, o Bolsa Família rebatizado e com maior valor nominal, vai mudar a percepção da classe E sobre ele.

Em fala para seus apoiadores na porta do Palácio do Alvorada, na manhã desta sexta, Bolsonaro afirmou que estará nos atos em Brasília e São Paulo. “Vamos ter uma fotografia para o mundo do que vocês querem”, como se seus seguidores mais fiéis, 15% da população, segundo o Datafolha, representassem a vontade de todo o povo.

Se Jair mostrasse uma fotografia para o mundo do que os brasileiros querem, seria um prato cheio de comida. Mas essa imagem, ele não consegue garantir. 

LEONARDO SAKAMOTO ” SITE DO UOL” ( BRASIL)

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