Nas redes sociais, houve aplausos e vaias à prisão preventiva do presidente do PTB, Roberto Jefferson. Contundente, a medida foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito sobre milícias digitais que tramita no Supremo Tribunal Federal.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse ver com preocupação detenções em decorrência de opiniões políticas, apesar de ressaltar que discordava de tudo o que o petebista dizia nas redes sociais. Paes o chamou de “louco”.
O advogado Augusto de Arruda Botelho, uma voz democrata e lúcida nas redes sociais, enxergou falta de fundamentação na ordem de prisão dada por Alexandre de Moraes. Mas disse haver motivos para justificar a prisão preventiva do presidente do PTB devido ao conjunto da obra de ataques à democracia.
Defensores do fechamento do STF e da reedição de um ato da ditadura militar de 1964, milicianos digitais e seus líderes, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, classificaram a prisão como ditatorial. Críticos de Bolsonaro evocaram o bordão presidencial “grande dia”.
Ora, Roberto Jefferson não emitiu opiniões conservadoras ou amalucadas, algo tolerável na democracia. O presidente do PTB pregou nas redes sociais e em discursos públicos o fim do regime democrático no Brasil.
A democracia não pode tolerar ataques que objetivem o seu fim. Permitir comportamentos assim é como as democracias morrem.
Não é democrático ter a opinião de que ditaduras são desejáveis e devem ser instaladas, pregação feita um dia sim e o outro também pelo presidente Jair Bolsonaro. Ditaduras prendem, torturam e matam seus opositores. A democracia responde a ameaças autoritárias de forma civilizada, levando criminosos à Justiça e, eventualmente, à prisão. Não tortura nem mata.
O prefeito Paes e o advogado Arruda Botelho merecem ter suas reflexões levadas em conta no debate público. São democratas. E democratas precisam, sim, vigiar abusos e criticá-los. Freios e contrapesos são fundamentais numa democracia verdadeira.
Talvez Alexandre de Moraes devesse, até para efeito didático, ter sido mais claro na fundamentação da ordem de prisão.
No entanto, são públicos e notórios os crimes de Roberto Jefferson contra a democracia. O petebista incita o ódio no debate público ao posar com armas nas redes sociais. Defende a derrubada dos 11 ministros do STF. Pede golpe militar.
Basta!
É preciso responsabilizar esses criminosos em série contra a democracia. O chefe dessa organização criminosa é o genocida que dá plantão no Palácio do Planalto. A vez dele precisa chegar.
A prisão de Roberto Jefferson, portanto, é uma medida necessária para tentar conter a escalada autoritária de Bolsonaro e seus militares golpistas.
Na disputa eleitoral de 2018, uma avalanche de fake news, o endosso hipócrita da Lava Jato a Bolsonaro e a normalização do pior político brasileiro pela imprensa jogaram o Brasil no abismo em que o país se encontra.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes vem em boa hora. Devemos começar em 2021 a lutar com mais ênfase em defesa da democracia para que a mentira e ódio não prevaleçam nas eleições de 2022. Faz tempo que já estava passando da hora de conter o golpismo de Bolsonaro e seus bárbaros.
KENNEDY ALENCAR ” SITE DO UOL” ( BRASIL)