Em coluna, jornalista diz que posicionamento de general é o mesmo que o ‘impediu de repelir ordens contrárias ao dever do cargo’
Jornal GGN – A se julgar pelas primeiras sessões da CPI da Covid-19, tudo indica que a investigação pode trazer resultados importantes, e a cobrança por resultados também pode ser vista no medo e na fragilidade dos bolsonaristas.
Contudo, a postura de ‘não me toques’ que protege os militares não deve ser a mesma a recair no ex-ministro Eduardo Pazuello, como explica o jornalista Jânio de Freitas em sua coluna no jornal Folha de São Paulo.
O articulista ressalta as recentes atitudes de Pazuello para evitar depor à CPI – como afirmar que teve contato com pessoas contaminadas com covid-19, mesmo que tenha recebido o ministro Onyx Lorenzoni em sua casa pouco tempo depois de ter seu depoimento remarcado.
“Militares valendo-se do Exército para fugir da responsabilidade por seus atos, convenhamos, até parece parte da concepção de ética militar”, pontua o articulista, lembrando que tal praxe foi construída pelos generais ao longo dos anos. “A fuga de Eduardo Pazuello vai além: não vem da arrogância infundada, ou de uso do Exército para se imaginar acobertado por conveniência da instituição. É covardia, a mesma covardia que o impediu de repelir ordens contrárias ao bom senso, ao dever do cargo e à vida de milhares”.
JANIO DE FREITAS ” FOLHA DE S.PAULO” ( BRASIL)