Que o caso sirva de exemplo para Ministros do Supremo que se deixaram deslumbrar pelas glórias momentâneas e não escaparão do julgamento da história. Embora reconheça que, o deslumbramento de alguns deles com os holofotes do momento, denotam personalidades muito superficiais para se preocuparem com o julgamento da história.
Evandro Lins e Silva é uma das glórias do direito nacional. Teve uma atuação irrepreensível no AI-5. Antes, foi Procurador Geral da República, Ministro-Chefe da Casa Civil, das Relações Exteriores. Aposentou-se em 1969 por força do AI-5. Nos anos 90, foi um dos advogados que pediu o impeachment de Fernando Collor. Em 1998 foi eleito “o advogado do século”.
Em suma, uma figura da historia.
Em 1976 aceitou defender Doca Street, o assassino de Ângela Diniz, a chamada “pantera mineira”. E protagonizou um dos comportamento mais execráveis da história dos júris brasileiros. Defendeu a tese da “legitima defesa da honra”. Enxovalhou a imagem de Ângela, acusou-a de “prostituta escarlate”, enredando um jovem indefeso (tinha mais de 40 anos). Levantou um testamento de Ângela, feita aos 25 anos, que poderia mostrar uma personalidade dolorida, para insinuar que foi um suicídio premeditado.
44 anos depois, suas indignidades são revividas em um podcast exemplar, a Praia dos Ossos (clique aqui) , de reconstituição do crime e do julgamento que, na época, foi acompanhado por todo o país.
Evandro venceu a disputa com o também superadvogado Evaristo de Moraes Filho. Explorou todos os preconceitos do júri de uma cidade provinciana. E fincou uma cicatriz indelével em uma biografia que poderia ter sido exemplar.
Que o caso sirva de exemplo para Ministros do Supremo que se deixaram deslumbrar pelas glórias momentâneas e não escaparão do julgamento da história. Embora reconheça que, o deslumbramento de alguns deles com os holofotes do momento, denotam personalidades muito superficiais para se preocuparem com o julgamento da história.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)