Nos EUA não se ouviu uma voz sequer militar. Aliás, a única manifestação foi quando Trump tentou criar um evento em frente a uma Igreja, com a presença inadvertida de um chefe das Forças Armadas. Imediatamente ele se pronunciou contra a manobra. No Brasil, o chefe do Estado Maior se vangloriou com Bolsonaro do apoio que lhe deu.
Cada vez que se levanta a hipótese de Donald Trump melar as eleições americanas, vozes se levantam em todos os cantos para asseverar a importância das instituições.
Durante todo o século 20, o valor das instituições foi um dos pontos centrais do modo americano de se vender ao mundo. Em nome das instituições, Al Gore não rebateu a tentativa bem sucedida de George Bush Jr de ganhar as eleições nos tribunais.
Uma pequena comparação entre os EUA e o Brasil.
1.. Trump se insurgiu contra os resultados. As grandes redes de TV interromperam as transmissões, denunciando a mentira. Próceres republicanos criticaram o presidente. No Brasil, Aécio Neves denunciou os resultados das eleições de 2014. Mereceu ampla cobertura e nenhuma voz do sistema rebatendo.
2. Nos tribunais americanos, as tentativas de Trump tem sido derrubadas. No Brasil, houve direcionamento da análise das contas de Dilma e do PT para um Ministro anti-PT e, durante um mês, tentativa de escandalizar qualquer irregularidade contábil da campanha – até o enquadramento incorreto de máquinas de picar papel em bens duráveis (deveria ser semi-duráveis uo vice-versa). Cada informação, por mais irrelevante, merecia ampla cobertura escandalizada da mídia.
3. Mesmo com o ativismo e o conservadorismo da Suprema Corte, não há sinais de que endosse qualquer tentativa de golpe judicial contra as eleições. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal endossou o golpe do impeachment até o limite da infâmia, de tentar impedir entrevistas de Lula.
4. Com exceção do trumpismo, mídia, políticos, instituições combatem os movimentos de rua e a violência difusa. No Brasil, a mídia conclamou a população a ir para as ruas acelerar o impeachment.Leia também: Fora de Pauta
5. Nos EUA não se ouviu uma voz sequer militar. Aliás, a única manifestação foi quando Trump tentou criar um evento em frente a uma Igreja, com a presença inadvertida de um chefe das Forças Armadas. Imediatamente ele se pronunciou contra a manobra. No Brasil, o chefe do Estado Maior se vangloriou com Bolsonaro do apoio que lhe deu.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)