A QUEIMADA É NOSSA

As queimadas da vegetação na Amazônia, no Pantanal e em outras regiões do Brasil são criminosas, ferem a Constituição Brasileira e as leis internacionais do meio ambiente. Isso todos já sabemos e estamos cansados de não ver alguma medida eficaz para brecar os desmandos do governo federal nessa área.

É muito evidente que esse governo que aí está não privilegia a saúde do cidadão, que já sofre no seu dia a dia com a pandemia do coronavírus, além, é claro, de ter que assistir e sofrer com a destruição de várias espécies de vegetais e de animais causada pelo fogo que se alastra.

Em vários locais, que já vivem em estado de alerta por causa da baixa umidade, receber das áreas que ardem em chamas a fuligem e os particulados das queimadas, um dia, quem sabe, vai ver proliferar as clínicas de doenças respiratórias particulares, porque não há pulmão que aguente para quem vive no meio do caos da saúde pública, mas, convenhamos, pode até vir a ser bom para quem lucra com a desgraça dos outros.

Digamos, que se não ocorressem as queimadas criminosas e elas fossem proibidas de uma vez por todas, o que poderia acontecer? Desemprego no campo? Famílias inteiras migrando para a cidade em busca de trabalho? A saúde da população deve ser tratada com seriedade e não deixada ao Deus dará como vem fazendo, deliberadamente, esse governo de plantão.

No final das contas, sai muito mais caro ao poder público cuidar de uma população doente porque os ouvidos estão voltados aos grupos poderosos que só pensam no lucro fácil e imediatista. Ou seja, estão nos matando, pouco a pouco, e se essa postura não mudar rápido, pelo visto, vamos ter que tossir até estourar os pulmões.

Ou será que, depois dos discursos recentes na ONU (Organização das Nações Unidas), o governo federal lançou, oficialmente, a campanha “A queimada é nossa!” e esqueceu-se de nos avisar?

HERALDO CAMPOS ” BLOG BRASIL 247″ ( BRASIL)

Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP), mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e doutor em Ciências (1993) pela USP. Pós-doutor (2000) pela Universidad Politécnica de Cataluña – UPC e pós-doutorado (2010) pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP)

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