Estava internado há duas semanas
Foi infectado com a covid-19
Foi infectado com a covid-19
O jornalista José Paulo de Andrade morreu na manhã desta 6ª feira (17.jul.2020) de covid-19. Tinha 78 anos e. Estava internado há duas semanas no hospital Albert Einstein.
José Paulo de Andrade era casado e teve 2 filhos, Paulo e Cesar. Apresentava o programa “Pulo do Gato”, na Rádio Bandeirantes, desde 1973. Foi 1 dos principais jornalistas do rádio e da televisão brasileira.
Sua morte foi comunicada na emissora pela diretora Thays Freitas. “O Zé Paulo tinha 60 anos de rádio, 57 de Rádio Bandeirantes. Nosso companheiro no ar e fora dele. É com muita tristeza que comunicamos o falecimento. Hoje será um dia muito difícil para a família Bandeirantes”, disse.
No site da Rádio Bandeirantes, há 1 banner de luto.
Eis a biografia de José Paulo de Andrade disposta no Museu da TV:
“José Paulo de Andrade nasceu na capital paulista, em 18 de maio de 1942. Começou sua carreira profissional em 1960, aos 18 anos, como rádio-escuta do plantão esportivo da Rádio América, de São Paulo.
Tinha paixão pelo futebol e assim aliava o prazer ao trabalho. Mas gostava também de estudar e em 1962, prestou vestibular para Direito, na USP, conhecida como Faculdade São Francisco e ingressou. Trancou o curso por causa de seu trabalho.
Em 1963, depois de 1 ano na Rádio América, transferiu-se para a Rádio Bandeirantes, onde foi ser locutor esportivo. Exerceu essa função por 14 anos. Depois, passou para o jornalismo em geral e ficou sendo apresentador e comentarista daquele emissora.
Apresentou os importantes programas jornalísticos: “Titulares da Noticia”; “Jornal de São Paulo”; “Rede Cidade’; “Band Cidade”;”Entrevista Coletiva”. O mais importante de sua carreira profissional foi o programa: “O Pulo do Gato”. José Paulo de Andrade também foi o sucessor do saudoso Vicente Leporace, que fazia : “O Trabuco”.
Inconformado por não ter terminado a faculdade, voltou a estudar e formou-se pela FMU, em 1973.”
PUBLICADO PELO ” BLOG PODER 360″ ( BRASIL)
JOSÉ PAULO DE ANDRADE, A VOZ DO RÁDIO PAULISTA
Zé Paulo representava o conservadorismo paulistano, defensor intransigente da classe média – uma entidade que surgiu após a redemocratização e se tornou uma fatia influente da opinião pública. Em particular, era generoso, amigo.
A rapaziada de hoje não tem ideia do poder do rádio até algumas décadas atrás. Ao contrário das TVs, sob o domínio massacrante da Globo, nas rádios havia mais competição local.
Minha experiência com rádios começou quando me indispus com a Folha, devido às denúncias que fiz contra o governo Sarney e o consultor geral Saulo Ramos, logo após o Cruzado. Já tinha começado na TV Gazeta, ainda no prendo da Abril Vídeo, com o programa Cash. Quando terminou o contrato da Abril com a Gazeta, recusei um convite da Globo para montar o Dinheiro Vivo.
Com a saída da Folha, recebi um convite de Fernando Vieira de Mello para ser comentarista na Jovem Pan. Naquela época, o radio jornalismo tinha três veículos fortes, a Jovem Pan, a rádio Bandeirantes e a Eldorado. Havia a rádio Excelsior, depois rádio Globo e ainda não havia se iniciado a CBN.
Cheguei a fazer um ensaio na Jovem Pan. Logo depois, no entanto, Vieira de Mello me chamou para comunicar sua decepção com a impossibilidade da contratação. Antonio Carlos Magalhães, Ministro das Comunicações de Sarney, havia disponibilizado um canal fechado para uma parceria da Jovem Pan com Digenio do Objetivo. E, naquela época, eu já era visto como inimigo do governo.
Logo depois, João Saad me contratou para a rádio Bandeirantes. Tempos depois, o governo Collor conseguiu expulsar meu programa da TV Gazeta e passei um tempo com o programa no início da manhã, na TV Bandeirantes. Depois, tive que fechar o programa e passei a ser comentarista econômico da Band TV e rádioLeia também: As ações do MBL e o lawfare em andamento contra a liberdade de expressão
Foi nesse período que convivi com João Paulo de Andrade e Salomão Esper na rádio Bandeirantes. E passei a sentir a penetração da rádio. Às vezes, no interior, as pessoas reconheciam minha voz, pela rádio, antes de reconhecer o rosto mostrado pela TV.
Zé Paulo era uma máquina de comentários. Tinha posições mais radicais, temperadas pela sabedoria libanesa de Salmão Esper. Libanesa, não: síria. Ele sempre caçoava de minha ascendência dizendo que eu era o único libanês que ele conhecia que não tinha nariz empinado.
Ambos substituíram o mais prestigiado comentarista de rádio do prendo, Vicente Leporace, titular do programa O Trabuco de Leporace. E seguraram a peteca. Naquele período, apenas Ferreira Neto, pela rádio Gazeta, tinha o prestígio individual de Zé Paulo. Até então não havia o âncora opinador de TV. Por isso, cabia as rádios a empatia com o público, tentando ser os intérpretes da indignação, do apoio e mesmo do pensamento mais horizontal do seu público.
Na disputa pela audiência, a Bandeirante se impunha sobre a Jovem Pan apenas no Jornal da Manhã, dos titulares Zé Paulo e Salomão Esper.
Zé Paulo representava o conservadorismo paulistano, defensor intransigente da classe média – uma entidade que surgiu após a redemocratização e se tornou uma fatia influente da opinião pública. Em particular, era generoso, amigo.
A última vez que tentei vê-lo foi no lançamento do seu livro, na Livraria Martins da Paulista. Foi impossível, tal a quantidade de fãs, que o acompanhou por décadas.LEIA TAMBÉM: SETOR DE SERVIÇOS FECHA MAIO COM RECUO DE 0,9%
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)