Brigadeiro está nos Estados Unidos
Brasil continua pagando o salário
Ao apresentar o militar brasileiro David Almeida Alcoforado, brigadeiro do ar, ao presidente norte-americano Donald Trump, o almirante Craig Faller disse que “os brasileiros estão pagando para ele vir para cá e trabalhar para mim“. A fala foi feita em 1 evento na Flórida, em 10 de julho, sobre o trabalho contra o narcotráfico feito pelo Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos.
Donald Trump é constante em dizer que os países aliados deveriam pagar pela cooperação norte-americana. Trump cobra que membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) aumentem a contribuição financeira e quer que o México financie a construção de 1 muro na fronteira entre os países, por exemplo.
Além do brasileiro, Faller apresentou o general de brigada Juan Carlos Correa, da Colômbia. Também ressaltou que “ele veio aqui totalmente pago pela Colômbia e trabalha para mim“. Sobre o brasileiro, o almirante disse que era “1 dos mais destacados das Forças Armadas do Brasil” e que estava nos Estados Unidos para “fazer a diferença na segurança“. Assista ao vídeo (37seg):
David, como é conhecido na Força Aérea, assumiu o posto em 23 de março e deve voltar ao Brasil em 2022. Nos Estados Unidos, faz parte do J5, departamento do Comando Sul responsável por estratégia, diretriz política e planos. Durante o período em que estiver em solo norte-americano, vai continuar a receber o salário através do governo brasileiro.
Dados disponíveis no Portal da Transparência mostram que o valor mensal pago ao brigadeiro de duas estrelas aumentou com a ida aos Estados Unidos. Até fevereiro, quando ainda estava no Brasil, recebia R$ 29.101,70 brutos. Em abril, já a serviço do Comando Sul, seu salário passou a ser pago em dólares: US$ 9.535,46, cerca de R$ 50 mil.
O brigadeiro é o 2º militar brasileiro nos Estados Unidos. O general de brigada Alcides Valeriano de Faria Júnior assumiu 1 posto no Comando Sul em 2019, em processo iniciado no governo de Michel Temer (MDB). Na altura, ele falou com a reportagem da Folha de S. Paulo e disse que não havia subordinação automática às ordens norte-americanas. Para ele, caso tenha “decisão soberana dos EUA [que] não esteja de acordo com a posição política nacional, o Brasil pode determinar meu regresso, e eu, como militar, funcionário de Estado, retorno imediatamente”. David não foi localizado pela Folha.
PUBLICADO PELO ” BLOG PODER 360″ ( BRASIL)