Uma breve avaliação da reunião do presidente Jair Bolsonaro com seus ministros. Realizada em 22 de abril, ela foi tornada pública por decisão do ministro do STF, Celso de Mello.
- O ministro da Educação, Abraham Weintraub, pode deixar o governo. Provavelmente os ministros do STF irão processa-lo. Não vão ouvir calados, serem chamados de “vagabundos”.
- O vice-presidente, Hamilton Mourão, ficará debaixo de vigilância nacional e internacional, em relação a todas as suas ações na região amazônica. Ele será alvo de desconfiança permanente e deve ter dificuldades para adotar medidas, mesmo que acertadas
- O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pode deixar o governo. Ele ficou numa situação insustentável. Sua fala tornará ainda mais radical a oposição que fazem ao governo as entidades ambientais nacionais e estrangeiras. Há ainda para prejudicar sua situação a revelação de que pretende mudar, no jeitinho, as regras do setor sem submete-las ao Congresso.
- O ministro da Fazenda, Paulo Guedes, ao professar os credos liberais,sai fortalecido. Ele disse que será a iniciativa privada que vai tirar o Brasil da crise, que não há recursos para investimentos estatais e ao defender a privatização do BB.
- O Ministro do Turismo, Marcelo Antônio, pode deixar o governo. Ele vai minar o apoio a governo de parcela dos evangélicos e católicos. Os seguidores destas duas religiões são contra cassinos.
- A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, pode deixar o governo. Ela ficará debaixo de fogo de governadores e prefeitos. Ninguém vai ouvir calado a ameaça de processo e prisão.
- O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pode estar delirando ao abordar a criação de uma nova ordem mundial. Integrando um governo, que bate na China, que não será excluída dessa nova ordem. Como isso será feito? Não devemos esquecer que o Brasil foi excluído do Conselho de Segurança da ONU pelos americanos. A postura do ministro do Meio Ambiente enfraquece as relações do Brasil no exterior, sobretudo na Europa. Isso se agravará se o democrata Joe Biden vencer as eleições presidenciais americanas.
- O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, sofrerá tentativas de desestabilização pelos funcionários do BB. Contra ele se levantarão sindicalistas e nacionalistas. Ele apoiou o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, quando este disse que o BB estava pronto para ser privatizado. Ele foi repreendido pelo presidente Jair Bolsonaro, que o alertou que só se fala disso em 2023.
- O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sai desgastado, apesar da defesa que lhe fazem. Ele disse que na reunião haveriam provas. Sabemos qual sua noção de provas. Ele ouviu tudo em silêncio. Até mesmo quando o presidente falou em sua demissão. Não fez nenhuma contestação ou qualquer observação sobre a fala do presidente sobre a Polícia Federal e a vigilância presidencial. Ele deve ter sido aconselhado a sair do governo. Sua única fala na reunião foi para apresentar sugestão ao Plano do ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.
A reunião é eloquente ao demonstrar que o atual governo é um desastre.
APOLO DA SILVA ” BLOG OS DIVERGENTES” ( BRASIL)