Quando a pandemia explodir de vez, haverá comoção nacional. E a responsabilidade será jogada inteiramente nas costas dos governadores, já que a presidência abrirá mão de qualquer papel de coordenação, pelo simples fato de não haver mais nada a ser coordenado.
Duas novas ofensivas para arrebentar com o sistema de quarentena contra o coronavirus.
A primeira, um vídeo da Secom estimulando o brasileiro a se rebelar contra a quarentena. O segundo, uma ameaça do braço rodoviário do bolsonarismo – uma ala dos caminhoneiros – ameaçando o abastecimento se o país não sair imediatamente da quarentena.
Bolsonaro dobra a aposta e e coloca em xeque toda a estratégia de prefeitos e governadores para enfrentar a peste.
A intenção é simples. Desmobilizando a guerra contra o coronavirus, o governo poderá esconder sua notável incompetência para deliberar sobre temas relevantes, porém complexos, como criar a rede de segurança para autônomos, desempregados e informais. Poderá se eximir também da ajuda aos estados e da mobilização dos bancos públicos em defesa da economia real. Ficará cada pessoa jogada à própria sorte.
Quando a pandemia explodir de vez, haverá comoção nacional. E a responsabilidade será jogada inteiramente nas costas dos governadores, já que a presidência abrirá mão de qualquer papel de coordenação, pelo simples fato de não haver mais nada a ser coordenado.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)