O que aconteceu, ontem, no Ceará, não pode deixar de gerar as mais duras atitudes por parte do governo e da Justiça.
Policiais militares encapuzados, à luz do dia, atirarem num senador da República, por mais que este tivesse um gesto destemperado, é algo que faz imaginar o que são capazes de fazer, nas ruas da periferia, à noite, encobertos pelo anonimato.
Os motins policiais vêm, ano pós anos, se tornando mais agressivos. E o pior, impunes.
A Constituição lhes garante o direito de reunião – embora vede o da greve. Mas reunião desarmada, pacífica.
Os tiros demonstraram que este não era o caso, como antes dos cortejos de viaturas fechando o comércio da cidade se assemelhavam às mais típicas ações de milícias.
O fato é que os governantes, que de alguns anos para cá investiram fartamente em melhorias salariais para policiais e no seu uso, com violência, contra as mazelas sociais do país descobriram que há, entre eles, mastins fora de controle.
Cid Gomes pode ter sobrevivido, por um golpe e sorte, mas os tiros foram para matar.
Governo Federal e Judiciário têm o dever de dar suporte a ações duras no Ceará, mas todos sabemos que não há categoria com maior poder de lobby no período que vivemos.
A “caveira” que outro dia Sérgio Moro usou como símbolo de grandeza está solta, pronta para assombrar ainda mais nossa assustada democracia.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)