Deter Jair Bolsonaro tornou-se, também, uma questão de preservação ambiental.
É impressionante a velocidade com que ele vai derrubando um após outros os mecanismos de proteção da natureza que temos – ou tínhamos.
Só nesta semana, anunciou uma lei para permitir o garimpo em terras indígenas.
Em média, um grama de ouro – o alvo principal, mas não único – exige a remoção de uma tonelada de terra, o que dá ideia do potencial destruidor da atividade, sem contar os danos dos “canhões d’água” e no mercúrio jogado nos rios.
Evidente que não faz isso para amparar o garimpeiro pobre e enlameado.
Os interesses das grandes mineradoras na Amazônia, sobretudo as canadenses, não são novos nem são poucos.
E o poder econômico que têm para obter “autorização” indígena para operar é o suficiente para criar uma teia de corrupção em muitas das comunidades remanescentes.
Embora esta seja a situação mais grave, não é a única. O desmanche da fiscalização ambiental se dá por por toda a parte.
Hoje, a Folha traz a portaria do ICM Bio que libera a pesca “esportiva” em unidades de preservação. Movido pela miragem das “cancúns nacionais”, não é ao sujeito que senta na praia de caniço que isso visa ou que pega um barquinho, como Bolsonaro fez e pega uns peixinhos em área proibida.
É negócio, e com dinheiro suficiente para comprar apoio nas comunidades ribeirinhas ou caiçaras.
É assim que se implanta a mais nefasta corrupção, que não é a de indivíduos, mas a de coletividades.
É esta que devasta em grande escala, porque o dinheiro grosso – e não os pobres, como diz Paulo Guedes – é quem destrói a Terra.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)