A IMPORTAÇÃO DA GUERRA DE DONALD

CHARGE DE MIGUEL PAIVA

Ouvi e li muito ontem à noite e hoje cedo sobre as “incertezas” do mundo diante a crise deflagrada pelo assassinato do “número 2” do Irã, Qassem Suleimani.

Francamente, não vejo “incerteza” alguma.

Não há a menor dúvida de que haverá uma retaliação iraniana, não há dúvida que será logo, não há dúvidas de que será forte, embora, possivelmente, tendo em consideração a inesperada simpatia mundial que se despertou pelo Irã, em razão da escandalosa quebra do Direito Internacional levada a cabo pelos Estados Unidos.

Tanto que o que se lê no “The New York Times” são referência ao assassinato do iraniano, embora aqui escreva-se. simplesmente, mortes.

O Brasil, ao apoiar a ação norte-americana, seguiu sua nova tradição de alinhamento automático e renúncia antecipada à moderação.

Forma e data da retaliação iraniana importam pouco e o que vai ocorrer é uma “surpresa anunciada”. Na condição de incerteza, apenas, o grau de reação norte-americana à reação dos iranianos que, na temporada pré-eleitoral, tradicionalmente perde freios.

Para nós, as consequências já chegaram.

Durou três dias a euforia do “agora a coisa vai” econômico.

Os jornais, com a ajuda luxuosa do próprio Presidente da República, são unânimes em prever reajustes em breve os preços dos combustíveis. Claro que isso vai para as contas da indústria e dos serviço, o mais tardar na segunda-feira. Quando o cenário sombrio transformar-se em realidade, vai de novo.

Quem assistiu a Globonews, ontem, percebeu que “importamos” uma guerra distante para o cenário interno antes que ela chegasse aqui.

FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)

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