O pacote anticrime de Moro, esvaziado pelo Congresso, só tratou do pós-crime. O ministro não dá sinais de saber como lidar com prevenção
Jornal GGN – Sergio Moro foi derrotado no Congresso com seu pacote anticrime, e Janio de Freitas trás à tona mais uma crítica até então intocada sobre a iniciativa do ministro: apesar de se dizer anticrime, o projeto de Moro não tinha a intenção de combater a criminalidade em si. Nenhum crime deixaria de ocorrer por causa das propostas de Moro. O ex-juiz só tratou do pós-crime.
“O ‘anticrime’ proposto por Moro tratou só de mais anos na pena máxima, instância de julgamento, inocentação prévia de policiais matadores, arquivos de criminalidade, penalizações de crimes pelas redes”, comentou Janio.
“Nada de ação anticrime. Tudo referente ao pós-crime, voltado mais para o Judiciário e os códigos de processo penal. Muito mais voltado para o criminoso consumado do que para o crime e sua facilidade atual. No entanto, esta diferenciação preliminar e leiga, indispensável e urgente, ainda não se mostrou nos saberes do juiz Sergio Moro.”
Moro não dá sinais de que pretende lidar, ainda, com o crime dentro do poder. “(…) a expansão do que está à margem da lei deixou de ser apenas horizontal para ser também vertical. Os impasses e obstruções do caso Marielle Franco, o intocável Fabrício Queiroz, a intrigante sinuosidade do Ministério Público na investigação de Flávio Bolsonaro e seu gabinete, o poder miliciano e suas conexões com o poder.”
JANIO DE FREITAS” FOLHA DE S.PAULO” ( BRASIL)