Diz O Globo que “o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro , negou nesta quarta-feira que tenha a pretensão de disputar a eleição para a Presidência em 2022 ou o objetivo de concorrer como vice em uma eventual chapa do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Moro defendeu que o atual vice, Hamilton Mourão , é o nome mais indicado para o posto.”
Os precedentes de Moro que, quando juiz, negava peremptoriamente ter qualquer pretensão de integrar o Governo, recomendam cuidado quanto ao teor de verdade naquilo que diz.
Suas juras de de que não poderia ter outra posição senão a de apoiar o “Bolsonaro-2022” e de que acha melhor que o general Mourão venha a ser o vice devem ser vistas com as reservas que merecem quem já praticou antes o cinismo.
Basta que se olhem os vaidosos outdoors que anda espalhando por toda a parte para ver o potencial de hipocrisia neste história.
O fato concreto é que Moro está, ainda, no desvio. Seu projeto anticrime está sofrendo uma derrota acachapante na votação de seu “Pacote Anticrime” na votação da Câmara. O texto-base aprovado consagra a “poda” que a proposta que fez o grupo de trabalho da Câmara no seu texto, reduzindo-o a uma legislação de garantias, inclusive proibindo que o juiz-investigador (já de si uma aberração, dado o fundamento da inércia legal do juiz) seja o julgador final.
Esse avanço civilizatório, comum nas democracias, é o inverso do juiz onipotente que que Moro deseja.
E ao que Moro foi.
FERNARDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)