O concurso para a carreira diplomática, que começa pelo acesso ao Instituto Rio Branco, há anos é realizado pelo CESP, unidade da UnB que realiza concursos para a grande maioria dos órgãos públicos federais.
Este ano, o chanceler Ernesto Araújo cismou que o CESP é muito “globalista” e determinou uma licitação para a escolha de outro realizador. Venceu, por menor preço, um certo Instituto Americano de Desenvolvimento-IADES. Resultado: houve tropeços grosseiros nas regras de correção das provas e, com o resultado já divulgado, todas terão que ser reavaliadas, por exigência do Ministério Público.
Dificilmente este concurso vingará. Será judicializado e tem grandes chances de ser anulado, frustrando os concorrentes que passaram meses e até anos se preparando para o mais concorrido concurso público do país. A ideologização causa mais um dano ao Itamaraty.
Segundo o edital, as provas devem ser corrigidos com identidade apenas numérica, evitando que os membros da banca tenham qualquer informação sobre a identidade do concorrente. É a garantia do princípio da impessoalidade. Só depois, os números são associados aos nomes, os melhores colocados são selecionados e o resultado divulgado. Depois vem a fase de recursos. Mas antes dela o MPF tomou conhecimento do ocorrido e exigiu a reavaliação por critérios impessoais. Mas, obviamente, quem apareceu como aprovado na primeira lista e eventualmente for excluído, acabará contestando o resultado e recorrendo por todos os meios.
TEREZA CRUVINEL ” BLOG 247″ ( BRASIL)