Em 2010, deixou a Roménia, a mãe e a filha – que ainda moram no bairro que o viu nascer, traficar droga, ir para a prisão e consumir. No Porto acreditou que seria diferente, mas voltou a consumir, roubou e viveu na rua. Um dia alguém o ajudou a mudar de vida. Hoje, é ele que faz isso, através da associação que
Cristian Georgescu saiu da Roménia para não morrer. Hoje, quase aos 41 anos, aonde quer que vá, seja à rua, a faculdades, a colóquios ou a reuniões com instituições, tem uma história para contar: a dele. A história de um cigano romeno, que nasceu num bairro de Bucareste, “estilo Pasteleira no Porto”, no seio de uma família grande, que construiu o sonho de fazer o mesmo, mas a quem a vida deu um destino diferente.
Ele traficou droga, soube o que era a prisão, deixou-se apanhar pelo vício, quando pensava que não era possível, e conseguiu deixá-lo, primeiro por algum tempo, agora já há anos. Quando chegou ao Porto, com o irmão mais velho e dois amigos, achou, mais uma vez, que seria diferente. Não foi. O irmão regressou à Roménia, ele quis ficar. Acabou na rua, a dormir em São Bento, e a consumir todo o tipo de drogas.
Não diz a palavra “nunca”, mas sabe agora o que quer fazer para “sempre”, porque sofreu, aprendeu e inspirou-se. Acredita que tem uma missão, a de fazer a diferença, junto dos seus pares, daqueles que vivem na rua, e na sociedade. Hoje trabalha num albergue noturno e dirige uma associação, Saber Compreender, criada por ele e por outros que acreditaram nele, que dá apoio a pessoas em situação de sem-abrigo.
Até ao final do ano, espera entregar na Assembleia da República um projeto, que está a ser rabalhado há dois anos com várias organizações – NPISA de Lisboa e do Porto, Apdes, Caso Portugal, Eapn Portugal, Albergues Noturnos do Porto, Médicos do Mundo do Porto, GAT Portugal, ARS do Norte, Faculdade de Psicologia do Porto e com a Segurança Social do Porto – que tem como objetivo o reconhecimento dos pares, na sociedade e no mercado de trabalho. “Estas pessoas sabem o que é viver na rua, falam a mesma linguagem e podem ajudar a segurança social e as instituições no seu trabalho”, afirma convicto.
Aos 20 anos trabalhava, estava casado e tinha uma filha, o tráfico veio depois
Mas a história de Cristian, a quem a mãe deu este nome por significar cristão, começa cedo, antes do 20, quando se casou e foi pai de uma menina, Loredana, hoje quase com 21 e com uma filha de 4 anos, Giulia, que o avô diz ser “maravilhosa”. “Sou de etnia cigana, mas não temos de nos casar cedo, eu é que queria formar uma família, queria ter muita gente à minha volta, a minha avó teve seis filhos e todos tiveram de três filhos para cima, só a minha mãe teve dois, éramos mais de 20 primos. Eu queria ter o meu lugar no bairro, na sociedade e não me meter com ninguém”, explica ao DN, sentado num banco de jardim em Lisboa, onde veio para participar no primeiro Encontro Nacional de Equipas de Rua.
Cristian acreditou que fosse possível. Quando a filha nasceu trabalhava na construção civil, sustentava a família. “Nada faltava à minha filha”, afiança com orgulho. Um dia o trabalho faltou. “A crise afetou também o meu país, deixei de ter trabalho e, quando procurava, dizia onde morava e perdia o emprego.”
Aguentou-se um tempo, mas a comida começou a faltar para a filha. Podia sair da Roménia, outros o fizeram, mas ele não queria deixar a família. “Quis ficar, achei que tinha de estar com a minha filha. Se soubesse… Depois de tudo, já não penso assim”, desabafa.
Foi então que cedeu ao trabalho que via diariamente à porta de casa, aquele a que assistiu até aos 21 anos a ser feito por familiares, amigos e vizinhos. “Ou era o tráfico de droga ou o roubo, na altura não sabia roubar e o tráfico dava mais dinheiro”, confessa. “Foi o que fiz, fui obrigado”, afirma. “Não queria”, repete.
Quando lhe perguntamos se não lhe fazia confusão vender a jovens, confessa: “Fazia. Eu não era o primeiro na abordagem, estava sempre em segundo, e quando percebia que era uma pessoa muito jovem, que estava a começar, dizia ao outro para mandar embora e não vender.”
À nossa frente, Cristian leva as mãos à testa e, num português ainda de estrangeiro, mas, já com um leve sotaque nortenho, assume: “Às vezes, lembro-me das coisas más que fiz e penso: como é que fiz isto? Mas fiz, porque fui obrigado, porque tinha uma filha a quem tinha de dar de comer.”
Mas a droga é a droga. “Não é preciso falar 50 mil línguas para vender e comprar. Basta acenar com dinheiro e toda a gente sabe o que se quer.” E o tráfico trouxe-lhe de novo o dinheiro para alimentar a família, mas também a prisão. “Ao fim de dois anos, talvez um pouco mais, fui preso e condenado a sete anos por tráfico.”
Na prisão divorciou-se e construiu sonhos, tudo foi diferente
Cumpriu a pena, sempre a pensar no dia em que iria sair. E, mais uma vez, à pergunta “como foi?”, Cristian solta uma gargalhada, explicando: “É como em todo o lado, ou entras para ser respeitado ou para seres aquele que baixa a cabeça. Eu até conhecia muita gente, tinha lá alguns primos e amigos, mas não quis nada com eles, quis ser eu, sozinho. Não posso dizer que foi fácil ou que não foi duro, porque é duro estar longe da família e fechado. Mas foi mais fácil a partir do momento em que sabes que fizeste o teu lugar e que tens o teu cantinho. A partir daqui tudo é normal, só ficas à espera do dia em que te vais embora.”
Lá dentro divorciou-se – “não achava correto deixar uma pessoa à minha espera e, se ela queria ir à sua vida, achei que a devia deixar” -, fez planos, traçou objetivos, construiu projetos e sonhos para quando saísse. Hoje diz que foi “um dos meus maiores erros”, reforçando: “É um dos maiores erros que o ser humano pode cometer: planear e objetivar tudo para a vida, cria muitas expectativas e, depois, é duro.”
Cristian projetou voltar ao bairro, estar com a mãe, o irmão e a filha, voltar a procurar trabalho, fosse onde fosse, e não voltar à mesma vida. Tudo foi diferente. “Quando entrei na prisão a minha filha tinha 4 anos, quando saí tinha 11, foi muito tempo, era diferente, e a procura de trabalho foi ainda pior com cadastro.”
Cumpriu a pena e cá fora fumou o primeiro cigarro de heroína, depois outro…
Ao fim de um tempo em casa, começou a sair com amigos do bairro, “a dar umas voltinhas, a ir a discotecas, a bares, a estar com quem consumia e dizia que era muito bom, um dia experimentei um cigarro de heroína, depois outro, outro e outro. Nunca tinha experimentado nada na minha vida, nem na prisão”, confessa, mas também não sabe explicar o que o levou a dizer sim.
Ele sabia bem o que a droga fazia, tinha assistido à degradação de amigos, à destruição de famílias inteiras por causa dela, mas aceitou experimentar. “Não sei porque o fiz, não há palavras. Eu tinha informação, vi com os meus olhos amigos que perderam tudo, não sei explicar.” Ou, por outra, reconhece, “achei que era o maior, que não me fazia o que fez aos outros, que fumava e não me agarrava. Ao fim de um mês acordei com o meu irmão a olhar para mim e a dizer-me: ‘Estás a ressacar.’ ‘Eu? Nunca na vida’.”
“Não experimentem, porque é bom. O problema é depois combater algo que nos satisfaz, que nos transporta para outro mundo”.
Percebeu que o irmão tinha razão, fez uma pausa de duas semanas, mas voltou a fumar e durante mais de oito meses experimentou tudo o que fosse “ácido”. Por isso, hoje, por onde passa tem também um conselho a dar: “Não experimentem, porque é bom. O problema é depois combater algo que nos satisfaz, que nos transporta para outro mundo.”
O vício tinha-o agarrado como aos outros. Voltou ao tráfico para ter dinheiro, embora não lhe fosse difícil conseguir droga, “conhecia todos os traficantes, quase me ofereciam”. Viveu assim mais de oito meses, há quem lhe diga que foi pouco tempo, mas para ele “foi tempo demais”.
O irmão foi buscá-lo um dia e levou-o para casa para se desintoxicar. Estava a pensar sair da Roménia com dois amigos e queria levá-lo para o tirar daquela vida. “Eu estava a cheirar tão mal e ele disse-me: ‘Vais tomar banho e depois falamos.’ Quando saí disse-me que tinha dois bilhetes de autocarro e que daí a dois dias partíamos para Portugal. Foi quando lhe perguntei: porquê Portugal e não Espanha ou França? Ele disse-me: ‘Porque lá não há muitos romenos’.”
Três dias de autocarro da Roménia até ao Porto e a ressacar
Quando partiu, a 28 de abril de 2010, com o irmão e os dois amigos dele, ainda consumia, foram três dias de autocarro que não esquece e que ainda hoje o fazem rejeitar qualquer viagem por este meio de transporte, “prefiro o comboio”.
Desembarcaram no Porto no dia 1 de maio. Ele não sabia que o destino era aquele, mas ali estavam pessoas que o irmão, que trazia o sonho de uma vida melhor, o sonho de ter um trabalho digno e, quem sabe, até uma loja, um negócio, achava que o poderiam ajudar.
Alugaram uma casa para os quatro na Rua de Santa Catarina. Tentaram perceber a cidade, fizeram contactos, procuraram trabalho, ele tinha deixado de consumir, estiveram assim durante meses, mas não estavam a conseguir nada, o dinheiro do irmão estava a acabar e um dia disse-lhe que ia voltar para casa. “Perguntou-me o que eu queria fazer, eu disse que ficava, aqui já não consumia, se voltasse morria. A minha mãe tinha sofrido muito com o estado em que me viu, a minha filha também, mas hoje, graças a tudo o que ela viu, não fuma, não bebe, não quer nada com drogas. O meu irmão foi, os dois amigos dele seguiram para outro lado, eu fiquei no Porto.”
Não arranjou trabalho, conseguia algum dinheiro ou comida quando mostrava a cidade a turistas, sempre a falar inglês – “sei falar inglês, ainda”, diz a rir -, porque português não sabia. Só que não conseguia pagar a renda e um dia viu-se na rua. “Nunca tinha morado na rua, não sabia o que era, é mais duro do que a prisão. O consumo voltou e passei a roubar para o vício. Nunca o tinha feito”, confessa, mas justificando que nunca roubou pessoas. “Não era capaz, roubava nos supermercados, comida e dinheiro”, conta.
“Nunca tinha morado na rua, não sabia o que era, é mais duro que a prisão”.
“A rua pode ser tua amiga ou inimiga. Fiz dela minha amiga”
Passou a dormir na zona de São Bento, mesmo na rua, uns oito meses, sempre sozinho, não se juntava a ninguém, por não falar português, o que não importava para comprar droga, “não é preciso falar, basta mostrar dinheiro”, depois passou para uma casa abandonada.
“A rua pode ser tua amiga ou inimiga. Eu fiz dela minha amiga, já vinha de sete anos de prisão, onde tive de implementar a sobrevivência, mas foi muito difícil sobreviver. Não falava com ninguém, não conseguia falar português para desabafar, para saber o que fazer.”
Ao fim de dois anos de rua, de ter consumido todo o tipo de drogas, heroína, cocaína, pastilhas, ácidos, encontrou um par, alguém que conhecia aquela vida, que não desistiu dele, que o ajudou e “me impulsionou para a mudança”.
Quando fala de Vítor Santos, conhecido no meio por Money, os olhos refletem amizade, saudade, porque teve o destino que queria. “Morreu há quatro anos. Teve um AVC, era o terceiro, e não recuperou. Ele queria morrer por causa da droga, não conseguia deixar de consumir.” Vítor trabalhava numa associação. “Fazia redução de danos e minimização de riscos nas ruas. Percebeu que eu estava sozinho, que não falava português, e começou a abordar-me em inglês, a dar-me os kits de troca de seringas, que eu nem sabia que existiam, e a falar dos riscos que corria ao usar a dos outros, das carrinhas que davam apoio na rua, eu não falava com ninguém, não sabia nada disto.”
Hoje, diz, “fiquei parvo com tudo o que me dizia e fui ver o que fazia. Fiz perguntas e ele começou a falar-me do ativismo, de como se pode ajudar os pares e as instituições a melhorarem o seu trabalho. Comecei a gostar de o acompanhar”.
Aprendi português na sala de consumidores da associação
Vítor trabalhava com a Associação de Planeamento Familiar, no Espaço Pessoa, e eu comecei a ser seguido lá. “Havia uma sala de convívio e foi aqui que comecei a aprender português. Foi aqui e a escrever milhares de vezes a Batalha de Waterloo já sabia quase tudo de cor”, conta a rir. Não se importou. Adora História e adora o Porto. “Já o conheço quase como a palma da minha mão, muita gente não sabe que lhe chamamos a Invicta porque nunca foi conquistada “, afirma.
Ao fim de quase quatro anos de consumo em Portugal e quase outro tanto na sua terra, Cristian estava cansado da droga. E explica-se: “Sou uma pessoa que detesta a monotonia, gosto de fazer coisas diferentes, inovadoras e o trabalho do Vítor impulsionou-me para a mudança.”
Comecei a tomar metadona, que era dada por outra associação, a Arrimo, para substituir as drogas, o consumo era cada vez menos frequente. E o Vítor um dia disse-lhe: “Arranjei um lugar para ti na Casa da Rua da Santa Casa da Misericórdia do Porto, mas tens de deixar as drogas e a rua. Aceitei logo, aos poucos comecei a diminuir a metadona e a deixar tudo.”
Estava cada vez mais embrenhado no trabalho de rua, de apoio aos outros, assim começou a encontrar amigos portugueses que o ajudaram e o apoiaram. No início de dezembro de 2014, conheceu a namorada, Dora, a voluntária portuguesa por quem se apaixonou e de quem hoje é companheiro. “Quem diria que uma voluntária e um sem-abrigo se podiam apaixonar?”, diz a rir. “Ela saia à rua para ajudar os outros, nunca teve nada que ver com este mundo, mas começámos a gostar um do outro.”
Mas a 16 de dezembro perde o amigo Vítor. “Um dia antes de morrer confessou-me que já podia morrer feliz porque sabia que o trabalho dele ia ter continuidade…” Na altura, houve quem achasse que Cristian pudesse recair, mas não. “Tinha prometido ao Vítor. Era uma promessa de amizade, de irmandade, não lhe podia dizer nunca, mas vou tentar sempre fazer outra vida.”
Em maio do ano seguinte estava a viver com a namorada e a ter ideias para criarem um grupo que fizesse a diferença na abordagem às pessoas que vivem na rua. “Há muitas falhas no trabalho de rua. E eu queria criar alguma coisa que mudasse isso”, afirma.
Depois da droga e da rua, ele e a missão pelos outros
Ele, Dora e mais um grupo de pessoas juntaram-se informalmente e começaram a trabalhar na rua com as suas próprias regras. Ao fim de dois anos, criaram a associação Saber Compreender, porque para saberes tens de compreender, para compreenderes tens de saber, explica ao DN, dizendo que “o português é uma das línguas latinas mais bonitas e nós, os estrangeiros, somos quem às vezes dá mais atenção às palavras”.
Cristian, que agora trabalha num albergue noturno no Porto, fala com carinho de todos os que o ajudaram a sair da vida que tinha, dos amigos verdadeiros que diariamente lhe abriam a porta para tomar um café com ele e para o escutarem, dos amigos que o apoiaram e o incentivaram a avançar com o projeto da associação. “Não temos apoio de ninguém, a não ser o das pessoas que acreditam em nós e que nos ajudam através das nossas páginas nas redes sociais. É assim que conseguirmos ter aquilo de que precisamos para sair à rua de 15 em 15 dias, levar os nossos kits de comida, para ouvir os outros, falar com eles e inspirá-los para a mudança.”
Quando saem, levam pão com recheio, bolachas, chá e café, nada de sopa. “Sou contra a sopa na rua”, afirma. “Para comeres sopa, de forma digna, tens de ter uma tenda ou estar num espaço fechado, senão estás sujeito a tudo, à chuva e ao cocó dos pombos. Já comi assim e sei o que é. Prefiro o pão, o café e as bolachas, quem está na rua tem direito a comer dignamente.”
Quem faz parte da Saber Compreender sabe que as equipas têm uma abordagem diferente, “não há cá doutores, há apenas o nome da pessoa, que está deste lado e do outro, são as pessoas que importam e elas têm de saber que não desistimos delas. Não obrigamos ninguém a sair da rua, só inspiramos à mudança, porque quem está na rua só sai se quiser, e se quando quiser tiver essa oportunidade”, explica.
Nas equipas, sempre com seis a oito pessoas, nem mais nem menos, só em situações muito excecionais, há sempre uma que fica encarregada da abordagem a uma pessoa, de a sinalizar, conversar com ela, e só ela tem acesso a todos os dados e informações que lhe são passados. A confiança é um dos pilares para o apoio, depois “não prometemos nada, não temos casas nem subsídios para dar, só ajudamos a encaminhar”.
Quatro anos, 96 rondas, 110 pessoas sinalizadas e 1522 dias dedicados à causa
Ao fim de quatro anos, dois em grupo e dois em associação, a Saber Compreender – que integra 14 pessoas, duas psicólogas, duas sociólogas, duas estudantes do grupo LGBT, da comunidade negra, a voluntária e companheira Dora “e eu, Cristian, que sou a cereja no topo do bolo, cigano e estrangeiro”, diz a rir – já conta com 96 rondas, 110 sinalizações de pessoas em situação de sem-abrigo e 1522 dias dedicados à causa.
Cristian não fala de resultados, porque “metade sai e metade fica, mas enquanto conseguirmos ajudar alguns estamos cá”, argumenta. Até ao final do ano, ele e a associação têm como missão entregar na Assembleia da República um documento de apresentação de um projeto que está a ser trabalhado desde há dois anos, mas desde maio com a ajuda da Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto, e que tem como objetivo o reconhecimento dos pares – aqueles que viveram na rua, quiseram sair e que o conseguiram – perante a sociedade civil e o mercado de trabalho. O documento pretende traçar o perfil de quem é um par, que formação deve receber e o que deve fazer.
Ao fim de nove anos em Portugal, Cristian não esquece a família na Roménia, um dia gostaria de a trazer a Portugal, mas, agora, tem para si outra missão. E aos que trabalham nas ruas pede que se lembrem sempre de que o mais importante são as pessoa e que não desistam delas. A quem passa nas ruas, diariamente, apela a que não ignorem quem ali vive, que olhem, sorriam, porque “a solidão é dura”.
ANA MAFALDA INÁCIO ” DIÁRIO DE NOTÍCIAS” ( PORTUGAL)