Aí está, nos números do IBGE, o que você vê pelas calçadas quando sai à rua.
13,5 milhões de pessoas (número do ano passado, agora deve estar acima de 14 milhões) vivendo (?) com menos de R$ 145 reais por mês.
Nem 5 reais por dia.
Número, diz a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada hoje pelo IBGE, “equivalente à população de Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal”.
É de fato, um país. O país da calçada, do casebre de taipa, das camas de papelão, o país que aborda a nossa indiferença, que retarda nosso passo apressado, que virou tão comum que a gente esquece de deixar apertar o coração.
É a gente que Paulo Guedes diz que “não sabe poupar”.
Os técnicos explicam que boa parte se deve à queda dos valores pagos no Bolsa Família, na queda da renda que ainda lhe permitia um biscate, uma capina, algo para o, devem dizer os 7,7 milhões de nordestinos nesta situação, o “dicumê dos minino”.
Mas é só uma amostra, porque as políticas neoliberais que se comentou a implantar em 2015, para satisfazer a insaciável fome no “mercado”, ainda nos vão levar a coisa mais apavorante.
É o “dicumê” venenoso deste modo de pensar, que acha merecido, por serem pobres, por serem negros, por serem “paraíbas” aos quais se deve dar nada.
Ou se der, que dê polícia.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)