O PSL É UM CASO CLÍNICO, NÃO POLÍTICO

Nada pode ser mais sintomático sobre a crise do PSL que a declaração da hoje deputada Janaína Paschoal no Twitter:

Os jornalistas pedem para eu explicar o que está acontecendo no partido a que estou filiada e só o que eu posso dizer é que não tenho a menor ideia do que se passa. A situação é tão teratológica, que fico com a sensação de que é tudo combinado. Tanta loucura parece impossível!

A doutora Janaína, não propriamente conhecida por sua serenidade, não deve desconhecer que o termo teratologia – que no Direito, por extensão, refere-se a situações absurdas – refere-se ao estudo das monstruosidades, das malformações congênitas de seres vivos.

E não é que devo dar razão à Dra. Janaína?

O PSL, transformado em Stultifera Navis – o medieval barco dos loucos – recolheu exemplares do que havia de mais transtornado, violento, intolerante e insano na sociedade, inclusive, com todos os perdões, a própria diagnosticadora de sua natureza.

Não tem rumo, não tem destino e pressente que sua viagem é curta, porque é incapaz de coordenar os remos e vê amainarem os ventos da histeria social que a impulsionou.

O confronto, na falta do inimigo externo, agora e entre si e chegou ao tempo dos xingamentos, dos tapas e, talvez, considerando a sua natureza, até do método Janot de resolução de diferenças.

Diga o que disser a conferência das assinaturas, dando ao tal Delegado Waldir ou a Eduardo Bolsonaro a liderança do partido na Câmara, não irão tirar do homem que lhes emprestou a nau o cartório partidário, ao menos não em tempo hábil de ter uma só identidade nas eleições do ano que vem.

Tirar o cartório de Luciano Bivar, que é esperto e nada louco, serão outros muitos quinhentos.

Vão continuar se digladiando em público, com a sofisticação intelectual que os caracteriza – como a de Joice Hasselman dizendo que respeita “os viados assumidos, não os dissimulados” e a de seu marombado que estapeia telefones em plena Câmara – num espetáculo deprimente que excita os insanos nas redes.

O capitão desta nau, porém, segue firme em sua teimosa rota, a que tem como lema “Os meus, acima de tudo”.

FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)

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