SANATÓRIO BRASIL: RIR AINDA É O MELHOR REMÉDIO, MAS ESTÁ EM FALTA

CHARGE DE RICARDO WELBERT

Qual foi a última vez que você deu boa uma risada, daquela de chorar e não parar mais?

Parece até que agora está proibido dar risada para não contrariar as novas normas da Caixa Cultural evangelizada.

“Tá rindo do que? Ficou bobo? Isso aqui é sério, não é brincadeira, não, talkei?”, vem logo latir um bolsominion amestrado.

Se fosse um filme, o Brasil antigamente poderia classificado como comédia.

Mas, de uns tempos pra cá, virou um grande drama e, por fim, uma tragédia de horror. Acabou a graça.

Cada vez que aquele alucinado abre a boca no chiqueirinho dos jornalistas no Alvorada, você já não sabe se é para rir ou chorar.

Brasileiro sempre gostou de contar piadas, ria de qualquer coisa, até da própria desgraça, e assim a gente ia levando a vida.

Getúlio, JK e Lula eram um prato cheio para humoristas, chargistas, cartunistas.

Não por acaso, foram os melhores presidentes que este país já teve.

Gostavam das caricaturas que faziam deles e de ouvir a última piada sobre o presidente.

Você já ouviu alguma piada sobre o capitão-presidente?

Pode-se dizer que ele já é uma piada, mas ninguém consegue achar engraçado.

Aquela figura patética, de cara amarrada na tribuna da ONU, pode despertar medo, raiva, qualquer sentimento ruim, mas não consegue arrancar um simples sorriso da platéia.

À sua volta, uma coleção de anões da República ri das besteiras que o chefe fala e bate palmas.

Só eles ainda dão risadas como se estivessem debochando da gente, enquanto o país afunda na desesperança e na melancolia profunda.

Nesta manhã de domingo, dei uma folheada nos jornais e pesquei pela internet para ver se achava alguma coisa engraçada para comentar aqui e dar um refresco aos leitores.

Sem chance, não achei nada que me desse vontade de rir.

Se o caro leitor ou leitora teve mais sorte e se divertiu com alguma notícia, por favor, conte pra nós aqui.

Será que viramos todos uns chatos macambúzios?

Deve ser dura a vida de palhaço num país que ficou triste e já não ri mais de nada.

Vida que segue.

RICARDO KOTSCHO ” BALAIO DO KOTSCHO” ( BRASIL)

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