CHARGE DE WALDEMIR
Lauro Jardim, em O Globo, diz que Jair Bolsonaro, depois do “bolo” no planejado jantar com Donald Trump, fez uma declaração de amor ao presidente norte-americano, num encontro de corredor, arranjado às pressas para “salvar” ao menos o aperto de mão protocolar.
— I love you.
O tom certamente não foi semelhante ao “happy birthday, Mr. President” de Marilyn Monroe a John Kennedy, em 62, pois é um amor hetero, talquei?
Nem por isso menos amor, porque Jair Bolsonaro, depois da declaração feita quando Trump se preparava para seu discurso, esperou quase uma hora para a imagem do aperto de mão com o “chefe”.
E ainda agradeceu, no Twitter, pela consideração, mesmo esta tenha sido nenhuma.
Não se se diga que Bolsonaro é insincero, pois não é: o ex-capitão ama o pedaço dos Estados Unidos que Donald Trump representa.
Ama como o súdito ama o rei, ao qual entrega sua casa, suas riquezas, sua própria vida.
Mas o joelho que ele lança ao chão para avassalar-se não é o seu, é o do país.
O chanceler da ditadura militar, Juraci Magalhães, cuja frase ” “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” figurou por décadas como dístico da subserviência nacional, perdeu seu lugar.
Agora, para o próprio presidente da República, e em inglês: “I love you”.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)