Passaram-se mais de 24 horas e nem Jair Bolsonaro, nem Wilson Witzel e nem Marcelo Crivella deram um pio que seja sobre a morte da menina Ágatha Félix, na madrugada de ontem.
Nem o Ministro da Justiça, aliás.
Fosse uma morte executada por bandidos, traficantes, certamente estariam todos prometendo uma guerra, uma caçada, uma imensa e aparatosa ofensiva com os assassinos, que não ficariam, jurariam eles, impunes.
Seja bala oficial ou bala marginal, matou a menina do mesmo jeito e sua vida não valia menos ou mais pela origem do projétil.
Jair manda fazer arminha; Witzel, mirar na cabecinha, Crivella, por um saco preto a cobrir o beijo gay para proteger as crianças.
Na hora de assumir as responsabilidades, somem.
É a covardia dos valentões, cujos loquazes Twitter estão silenciosos sobre o caso.
Não vão tomar providências contra policiais que agiram sem prudência nem critérios e, portanto, estimulam o abuso de amanhã.
Há 38 anos, um governante teve coragem por causa de uma menina da idade da Ágatha, baleada e morta sentada à porta de casa, por tiros de PMs que supostamente perseguiam o ladrão de uma bolsa.
Por ordem de Brizola, os dois ficaram detidos no quartel, enquanto se definiam as responsabilidades.
Nasceu aí a história de que Brizola não deixava a polícia subir o morro para proteger bandidos.
A pergunta segue de pé: quem é que policia a polícia?
Nossos governantes não são.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)