Jornal GGN – Jair Bolsonaro já não é mais aquele presidente que terceirizada as principais decisões para estrelas de primeira escalão como Paulo Guedes e Sergio Moro. Não parece mais intimidado pelos controles dos militares que entraram em seu governo. Os medos e fugas, entre outras fraquezas que marcaram seus primeiros meses de governo, já não existem mais. “Entramos na zona de perigo”, avalia o jornalista Janio de Freitas na Folha deste domingo (1/9).
Para Janio, “designar o próprio filho, de capacitação improvada, para falar e agir pelo país no centro de decisão global é uma atitude que simboliza, por si só, tudo o que é o Bolsonaro agora possuído por sensações de poder, de hierarquia única e de vontades impositivas.”
A última demonstração de autoritarismo foi a promessa de incluir policiais presos “injustamente” no indulto de final de ano. Para Janio, Bolsonaro quer livrar “colegas” milicianos da cadeia com o poder da caneta.
“O Bolsonaro que encaminha a entrega da Amazônia, não quer matadores e milicianos presos ‘injustamente’, avisa do ‘suicídio’ da imprensa, indispõe o Brasil pelo mundo afora, não se mostra temeroso de objeção das chamadas instituições democráticas”, disparou o jornalista.
Janio ironiza, contudo, o papel das instituições que deveriam funcionar como o sistema de freios e contrapesos para o presidente de extrema-direita. “De fato, por sua atitude de espectadoras desinteressadas, não têm por que o preocupar. São coerentes com a classe socioeconômica que as povoa. E os militares, responsáveis, por ordem da Constituição, pela legalidade nacional e pela soberania? Ora, a Constituição.”
JANIO DE FREITAS ” FOLHA D S.PAULO” ( BRASIL)