O jornalista Glenn Greewald recupera, no Twitter, trechos de diálogos entre procuradores da Força Tarefa, divulgados há um mês e meio, para mostrar que até eles – com a exceção solitária de Deltan Dallagnol- sabiam que aceitar oferta de Bolsonaro para ocupar o Ministério da Justiça “não apenas forçaria [Sergio] Moro a engolir humilhações, mas também destruir a reputação dele e o legado da Lava Jato”.
E observa que o que não sabiam é que isso se daria tão rápido.
Da minha parte, acho que não imaginavam que a força corrosiva da politização das instituições que a Lava Jato exerceu fosse se espalhar por tantas instituições, fazendo com que perdessem credibilidade e poder.
É longa a lista.
O próprio MP, completamente privado de suas tradições de autonomia, com uma dezena de “candidatos” a PGR procurando leiloar suas ideias e os cargos de 2° escalão para cair no gosto do “Mito”.
O Coaf, que vai virar uma salinha burocrática no Banco Central.
A Receita Federal, ameaçada de ser retalhada em postas e sofrer influências políticas na escolha de chefes e até de chefetes regionais.
Como ameaçada está a Polícia Federal que, se não for agora, já está “marcada na paleta” pelo ex-capitão para ser enquadrada em seu esquema de cumplicidades.
E, finalmente, o Judiciário, que jamais estaria passando por esta polêmica – em grande parte exagerada e falsa – do “abuso de autoridade”, não tivesse Moro praticado (e estimulado outros juízes a praticarem) tantos e tão chocantes abusos, ele próprio.
Ninguém, em toda a história, fez tamanho estrago institucional.
Agora, está sumido, pois perdeu seu potencial de intimidação e, ao contrário, está intimidado.
Condenado a obedecer ao senhor que criou, é um zumbi de seu próprio feitiço.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)