A coleção é grande, agora cedo, nos sites dos grandes jornais: Isolado, Moro vive novo desgaste com ações do Congresso, STF e Planalto, diz a Folha; Bolsonaro vê Moro sem a ‘caneta na mão’ e com menos poder, relata o Estadão, enquanto O Globo acha uma causa “nobre” para a situação: Moro enfrenta desgaste no Planalto e no Congresso por sua atuação independente.
Escreva-se e descreva-se como quiserem, o fato é que o ex-superministro murchou. Ontem, Jair Bolsonaro colocou-o ao seu lado – naquela posição que os torcedores do futebol chamam de “prestigiado” – para dizer que o pacote anticrime não é do ministro, mas do Presidente, que já se prepara para apresentar ou, avistando o depenamento que o Congresso fará naquele que Moro lançou com pompa e circunstância.
No Judiciário, Moro perdeu a importância e o respeito de outros tempo. Nem o ministro Dias Toffoli, ao contar para a Veja desta semana uma história pouco crível de termos estado à beira de um golpe de estado, não ficando claro porque, sequer menciona o Ministro da Justiça como interlocutor anticrise.
Moro bem que tenta se salvar: pede processo contra o presidente da OAB, providencia vazamentos da Polícia Federal contra o PT e aceita ser colocado para escanteio na indicação da chefia da Procuradoria Geral da República.
O ministro da Justiça pode ainda conservar certa – e minguante – popularidade. Mas já não amedronta como antes.
Não se sustentará eternamente pela “gratidão” de Bolsonaro, da mídia e do dinheiro pelo que fez a Lula. Gratidão, para esta gente, é uma cédula de mil réis: já valeu muito, agora é só um pedaço de papel velho.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)