FINALMENTE, O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ENTROU EM CAMPO

Três decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) comprovam sua mudança de postura.

A última semana permitiu a confluência de um conjunto de fatores positivos.

O primeiro, os impactos do dossiê do The Intercept mostrando os interesses econômicos envolvidos com a Lava Jato, a manipulação das delações e, finalmente, a comprovação de que estava por trás da quebra de sigilo fiscal de dois Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e esposas.

O segundo, o comportamento do Ministro Sérgio Moro, enrolando-se completamente na reação aos diálogos divulgados e criando um problema jurídico de monta ao apelar para informações de um inquérito sigiloso para tentar criar um clima de pânico que lhe permitisse avançar para cima do The Intercept.

O terceiro, a incontinência verbal de Bolsonaro, que se transformou definitivamente em um bólido sem controle. A quantidade de asneiras proferidas nos últimos dias provavelmente bateu todos os recordes mundiais de um presidente da República. E ele se tornou uma ameaça concreta ao país, com sua insistência em indicar o filho como embaixador em Washington, ou afrontar o chanceler francês e expor o Brasil a represálias globais em função dos ataques ao meio ambiente.

Três decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) comprovam sua mudança de postura.

Funai

Foi a primeira medida questionando a inconstitucionalidade das decisões de Bolsonaro. Abre espaço para outras. Espera-se que entre na pauta alguma denúncia sobre o negócio da BR Distribuidora e da TAG, tenebrosas transações feitas com aval do Supremo, ao permitir a venda sem licitação das subsidiárias de estatais.

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Ao requisitar os arquivos dos supostos hackers de Araraquara, o Supremo explicita sua desconfiança em relação aos propósitos da Lava Jato e do agora Ministro da Justiça Sérgio Moro. Poderiam ser instrumentos de chantagem, sim.

Embora o inquérito dos hackers esteja conduzido por um policial federal de boa reputação, a chefia da PF está em mãos de um “morista”- pessoas que se comportam como membros da organização Moro, e não da corporação Policia Federal. Tira-se também o controle do juiz Walisnei Oliveira, conhecido como o Sérgio Moro de Brasilia.

Bolsonaro

A interpelação do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, a Bolsonaro, encaminhada pelo Ministro Luis Roberto Barroso, é o início para uma futura ação por crime comum, de calúnia. Se recebida a ação penal, Bolsonaro será imediatamente suspenso das funções presidenciais.

Com essa medida, o STF desembainha a adaga contra Bolsonaro, sem ficar dependendo dos inquéritos abafados sobre Queiroz e sobre a morte de Marielle.

LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)

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