IMPEACHMENT DE BOLSONARO ? NÃO DISCUTAM ILUSÕES….

Estou vendo gente boa e séria discutindo se é correta ou não a bandeira do impeachment de Jair Bolsonaro, considerando que as forças do campo popular estão debilitadas e divididas e que seria o general Mourão a assumir.

Francamente, como dizia o velho Brizola, deixem de bobagem…

Não existem, nem de longe, condições políticas para que este assunto esteja na ordem do dia.

Bolsonaro tem o apoio do capital, da maior parte da mídia, a simpatia ideológica da parcela contaminada das instituições de Estado e o temor servil em quase todo o restante de seus integrantes.

Pode, claro, acontecer, como milhares de coisas podem acontecer, mas é como ficarmos olhando outra galáxia.

Temos de colocar os olhos nas coisas reais: construir uma frente de resistência que impeça a escalada autoritária em que vai o presidente, romper o acumpliciamento do Judiciário, recuperar a iniciativa política e a capacidade de mobilização social.

Estamos muito mais perto de uma ditadura obscurantista do que da remoção de seu DarthVader. E a ela precisamos resistir.

Isso não é fácil, exigirá um esforço imenso, inclusive para superar o ressentimento que ficou em relação a muitos que contribuíram, no passado recente, para o Brasil chegar a este estado.

Nosso maior aliado, hoje, contra Jair Bolsonaro, é… Jair Bolsonaro.

Sua tática de radicalizar seus fanáticos, de fazer pulsar o tumor extremista que se desenvolveu no Brasil é o que está ajudando grandes parcelas do povo brasileiro a se desintoxicarem da campanha de ódio que nos impuseram ao longo dos últimos anos.

Para que o Brasil chegue ao ponto de corrigir Bolsonaro da História é preciso que aconteça a percepção de que ele é incorrigível e incapaz de adaptar-se ao convívio democrático.

Neste momento, o que temos de fazer é, como dizem os militares, “tocar reunir”.

Quem conheceu os “fiscais do Sarney” do Plano Cruzado e os “colloridos” do final dos anos 80 não se espanta com sua versão atual e crua de “minions”.

Sabe que isso, como veio, vai desfazer-se. Mas o solvente é a realidade, não o desejo.

O que temos agora é a resistência e isso não é pouco.

Resistir é mais difícil que avançar, porque não é um gesto, é uma prática diária.

Que o diga Lula.

FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)

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