Privatizações, grandes negócios com pré-sal e ativos da Petrobras, Eletrobras, dependiam da derrota de Lula nas eleições
As últimas revelações do dossiê Intercept, sobre as palestras de Deltran Dallagnol e Luiz Fux para uma plateia fechada da corretora XP, traz os primeiros indícios concretos de cometimento de crime.
A palestra foi intermediada pela esposa do procurador que conduzia todo o trabalho na Procuradoria Geral da República Eduardo Pelela, como o braço direito do PGR Rodrigo Janot.
Foi um encontro fechado com bancos estrangeiros com interesses diretos nas eleições. Eles buscavam informações principalmente sobre as eleições. E as informações privilegiadas – porque em ambiente fechado – lhes dariam vantagens sobre os demais integrantes do mercado. Esse tipo de vazamento é considerado “insider information” no mercado de capitais e tratado como crime. Quando o insider é um servidor público, que recebe por isso, há agravantes para o crime.
Por exemplo, saber quais ações estavam sendo preparadas para impedir a candidatura de Lula permitiria aos mais bem informados lucros expressivos, já que privatizações, grandes negócios com pré-sal e ativos da Petrobras, Eletrobras, dependiam da derrota de Lula nas eleições.
Mas há agravantes mais graves ainda.
Fux presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE); Deltan Dallagnol é o coordenador da Lava Jato. Portanto, ambos estavam em condições de interferir diretamente no destino de Lula e, por consequência, nas perspectivas de lucros do seleto público.
Entra-se, então, em um território mais espinhoso ainda, que permite levantar suspeitas mais graves.
Fux interferiu diretamente no jogo político, com um habeas corpus extravagante que impediu a libertação provisória de Lula. Também proibiu entrevistas para a imprensa antes das eleições.
Deltan atuou todos os momentos para buscar a condenação de Lula, sendo comandado por Sérgio Moro. E ambos eram regiamente remunerados por bancos com interesse direto no impedimento de Lula.
Em país civilizado, ambos seriam imediatamente denunciados e responderiam a processos.
LUIS NASSIF ” JORNAL GGN” ( BRASIL)