Ernesto Araújo, o chanceler brasileiro, perde mais uma. Da primeira vez, teve barrada sua pretensão bélica em relação à Venezuela
Finalmente livres e de tanques cheios, os graneleiros iranianos poderão seguir seu destino rumo ao Cabo das Tormentas. Dali a Ormuz, levando as especiarias do Brasil para o Oriente, como nos tempos das caravelas.
Esta foi outra paulada na peculiar política externa do chanceler Eduardo Araújo. Desta feita, o presidente de Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, deu uma chaga-
para-lá no ministro do Exterior e mandou a Petrobrás abastecer os dois cargueiros iranianos que estavam ao largo de Paranaguá, sem combustível para seguir viagem.
Araújo levou o primeiro encontrão nos seus devanieios lá no início do ano, na reunião do Grupo de Lima, quando o vice-presidente Hamilton Mourão tomou as rédeas da política externa e abortou a proposta de invasão da Venezuela. Agora, Araújo queria fazer bonito com o presidente Donald Trump, criando um embaraço com o Irã. Ficou falando sozinho.
A medida do Supremo, em primeiro lugar, foi adequada por não romper o bloqueio ao país dos aiatolás, pois milho é alimento e não é material estratégico sujeito a embargo. Segundo, a decisão do ministro, proibindo a Petrobrás de reabastecer os graneleiros com uma desculpa esfarrapada (o que pega mal para uma petroleira de nível mundial) abalava profundamente o interesse nacional, comprometendo, com uma bravata, os mercados mais importantes para o agronegócio brasileiro.
Apoiado na Justiça (os americanos entendem de decisões judiciais como ninguém), os navios voltarão a singrar os mares dantes navegados por Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, indo do litoral sul do Brasil rumo ao Cabo da Boa Esperança (neste caso, melhor chamar por seu nome antigo, Cabo das Tormentas) até ganhar o Oceano Índico das grandes navegações.
JOSÉ ANTÔNIO SEVERO ” BLOG OS DIVERGENTES” ( BRASIL)