Sergio Moro está comandando um megashow pirotécnico que envolve outras figuras da República com a intenção de se proteger.
Tornou-se um manipulador de bonecos.
Ele conhece o material hackeado dos celulares.
Telefona para uma autoridade e avisa que ela foi vítima da quadrilha de Araraquara.
Fica implícito que Moro sabe, ou finge saber, o segredo que estava ali.
O cidadão não tem alternativa senão acreditar e colocar na mão do ministro seu destino.
Oficialmente, ele avisa que vai eliminar os diálogos. Como acreditar?
Se for verdade, trata-se de destruição de provas.
Ele mesmo confessou que havia eliminado os arquivos de seu celular. Dallagnol fez o mesmo.
Moro escapa de atestar a autenticidade óbvia do que foi divulgado pelo Intercept, algo que foi feito por veículos parceiros do Intercept.
Em reunião com Bolsonaro, Moro anunciou que ele havia sido pego pelos “hackers”.
Bolsonaro dá uma declaração imbecil. Não tem nada a esconder. Mas aliados acham que temos terroristas.
O que falta para acionar a Lei de Segurança Nacional?
O presidente do STJ, João Otávio Noronha, que também está na lista, de acordo com o ex-juiz, contou que recebeu de Moro “a notícia de que fui grampeado”.
“Não tenho nada que esconder, não estou preocupado nesse sentido”, garantiu.
“As mensagens serão destruídas, não tem outra saída. Foi isso que me disse o ministro e é isso que tem de ocorrer”.
Noronha descartou a necessidade de uma perícia. “Seria uma devassa, não faz sentido algum”, declarou.
Ora. Então é a palavra de Deus e basta?
Não é um processo? Por que a pressa?
Ele tem algo a temer?
Moro telefonou também para os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, dando a notícia de que teriam caído na mão da turma.
Os ministros do STF teriam sido também hackeados.
De posse de informações que ninguém mais conhece, verdadeiras ou não, Moro é o homem mais poderoso do Brasil, senhor dos mistérios alheios.
Uma espécie de Lavrenti Beria, executor dos expurgos de Stalin, líder do maior organismo de segurança e espionagem da União Soviética, a NKVD (predecessora da KGB).
Não há democracia que resista a isso.
KIKO NOGUEIRA ” DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO” ( BRASIL)