O ” EXPERTO” CARIOCA DE SUBÚRBIO PARA O QUAL A MÍDIA DÁ ESPAÇO

Fico impressionado com a tendência de boa parte da mídia que, não podendo defender as sandices que Jair Bolsonaro diz, todos os dias, tratam-nas como se fosse “declarações polêmicas”, “escorregões” ou até palpites infelizes do Presidente, que não sabe respeitar a liturgia do cargo.

Errado, meus caros amigos, nada há de casual – embora muito haja de monstruoso de fato – no show de barbaridades que o ex-capitão protagoniza diariamente.

Ele resolve, com isso, diversos problemas, é verdade.

Ocupa espaço no pobre debate nacional descolado da realidade de estagnação, desmonte e degradação da vida brasileira. Na economia e em todos os campos. O único sentido comum que se pode ver nas suas atitudes é o da destruição de qualquer aspiração de soberania e desenvolvimento, que dirá desenvolvimento autônomo.

Mantém-se no centro da polêmica, fecha todos os espaços à direita para que cresçam outros nomes. É não apenas um ímã de sociopatas, mas forma um núcleo cujo campo magnético impede qualquer outro personagem do campo conservador de mover-se.

Mas é num outro quesito que o, digamos, desempenho de Jair Bolsonaro é focado: manter suas tropas em estado de excitação permanente, que é a melhor maneira estarem em ordem de marcha, para usar a linguagem militar, se e quando surgirem as oportunidade de avançar cobre as instituições de Estado, incluídas aí, por estranho que possa parecer, as Forças Armadas.

Ou será que podemos chamar de estranho algo que já acontece com os outros poderes, o Judiciário e o Legislativo, nos quais, com as devidas negaças, cumprem-se as regras desta nova ordem, antipopular e antinacional?

O partido que Bolsonaro comanda não é o PSL, apenas um agrupamento que mescla aos extremistas uma récua de oportunistas e recalcados. É a turba, a massa amorfa e intelectualmente paupérrima da classe média intolerante que nele encontrou a forma de expressar todo o seu recalque e egoísmo.

É a turba que borbulha e, assim, ocupa um espaço muito maior do que, numericamente deveria.

Como uma bolha fétida – cada vez mais sólida – expande-se pelo vazio deixado pela degradação da política, do moralismo hipócrita e pela manipulação das ambições do Judiciário e das Forças Armadas.

E as emanações de Bolsonaro, todos os dias, se lhe roubam os que se iludiram, consolida os que o idolatram.

FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” * BRASIL)

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