Na ressaca da vitória do governo Bolsonaro na votação da reforma da Previdência, os jornais hoje mostra em que apuros está o pretenso “Senhor Reformas”, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
A ânsia de produzir o resultado – simbólico, midiático e governista – de forçar uma votação antes do recesso, com acordos que não estavam maduros, que não contemplavam as diferenças entre as bancadas que queriam aliviar alguns dos aspectos mais ferozes da reforma levou aos impasses que têm de resolver hoje, antes de retomar os destaques que têm este objetivo.
O primeiro efeito disso é que Maia já cai, sem escalas, no colo do PSL. É preciso que este seja convencido a não apresentar, ao contrário do que diz seu chefe, emendas que beneficiem os policiais.
Do contrário, funcionará o argumento “então, vou querer também” para outras emendas, a começar da próxima que irá à votação, a que melhora a regra de cálculo de proventos das pensões por morte, que tem maior impacto no “altar do trilhão” que as regras mais suaves para o magistério, votada ontem.
E isso seria um desastre para que se propôs a ser mais guedista que Paulo Guedes e que Jair Bolsonaro nos cortes de benefícios.
Na primeira votação, entre maiores partidos do Centrão, apenas o DEM de Maia votou em bloco contra os professores, num alinhamento completo com os partidos bolsonaristas – PSL e Novo.
Ainda há muita disputa nos bastidores e, claro, nenhuma discussão em público, como deveria ser a tônica de um parlamento.
O apressado Maia terá de descascar o abacaxi, comê-lo sem calda e, talvez, engolindo espinhos.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)