O presidente da República disse hoje que indicará ao menos um ministro para o Supremo Tribunal Federal que seja “terrivelmente evangélico“.
Terrível, diz-nos o dicionário, é quem infunde medo, terror, que assusta, que é mau, que é desastroso, que é funesto.
Há, é claro, evangélicos maus, cristãos maus, ateus, islamitas, judaístas, espíritas e maus em todas as religiões e fora delas.
E nenhum mal é maior que o fundamentalismo, que é o único sentido diferente de mau e perverso que se pode dar ao “terrivelmente” que Bolsonaro usou como definição.
O presidente, antecipadamente, marcou a testa de quem, amanhã, indicará como ministro.
Um ministro do Supremo deve fidelidade a um livro, que não é a Bíblia – seja o Velho ou o Novo Testamento -, nem ao Corão, o Torá, aos Vedas ou a qualquer livro religioso.
Deve fidelidade à Constituição.
Não há lei ou Justiça pelos dogmas religiosas, mas pela lei dos homens e nela já temos suficientes violações.
Isso se saberá quando Jair Bolsonaro, arvorando-se a Deus, escolherá o ungido.
Mas algo já e possível saber: que temos um presidente terrivelmente anticristão, pois aos homens não considera iguais e os discrimina por sua fé, ainda que seja a discriminação para escolher talibã das Escrituras para exercer o que, em outros tempos, se chamaria Justiça.
Tiago disse que um homem é justificado pelas obras, muito mais que pela fé que diz ter.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)