Reproduzo, na forma de post, a sequência de dez tuítes publicada por Glenn Greenwald, agora há pouco, avaliando o efeito da publicação feita em parceria com a Folha dos registros de troca de mensagens entre Sérgio Moro e promotores da Lava Jato. O plus de credibilidade alcançado, de fato, vai fechando as portas para saídas que se escudam na origem supostamente ilegal das conversações.
Greenwald diz que não é a Folha a única parceria com grandes veículos da imprensa e que logo virá mais material.
Leia as mensagens do jornalista.
Desde antes de começar a publicar #VazaJato, sabíamos que precisaria parceiros jornalísticos para reportar este enorme arquivo. Hoje começamos nossa primeira – mas não única – parceria com a publicação pela Folha. Nós explicamos a parceria aqui.
Antes de discutir as novas revelações na Folha, isso é a chave: como nós, a Folha investigou o arquivo e “não detectou nenhum indício de que ele possa ter sido adulterado.” Ao contrário, eles confirmaram “um forte indício da integridade do material.”
Outros jornalistas com quem estamos trabalhando também investigaram e concluíram o mesmo, e anunciarão isso. Quase ninguém – sobretudo Moro e a Lava Jato – acredita que o material é alterado. É única defesa que eles têm: uma tentativa cínica de distrair e lançar dúvidas. A Folha
enfatiza:
Esta semana, Lava Jato atacou não só a mim e ao TheIntercept Brasil, mas também ReinaldoAzavedo, que reportou material com a Rádio Band News e, agora a Folha. Outros seguirão. Suas táticas de demonização e intimidação não funcionam. Eles têm que enfrentar a substância incriminadora da reportagem.
Essas novas revelações reportados em conjunto pela Folha e The Intercept Brasil provam, mais uma vez, que Moro – ao contrário de suas mentiras ao Senado – não era um juiz neutro, mas comandava a Lava Jato. Ele violou as regras éticas não às vezes, mas continuamente:
Além de comandar os mesmos procuradores que ele estava julgando, Moro até tentou comandar grupos de protesto públicos (#TontosDoMBL). De novo, ele também tentou comandar “a campanha pública”. Todo o processo judicial foi corrompido pela constante violação de Moro de seu papel.
Uma parte mais grave dessas novas revelações é a tentativa de Moro não apenas de comandar a promotoria e controlar a opinião pública, mas também de manipular o STF. Esta explicação das manobras de Moro contra o STF é exatamente correta:
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Concertos Gerais
@GeraisConcertos
Para entender o subtexto das revelações do The Intercept publicadas pela Folha: Moro pretendia esconder do STF as informações sobre políticos com fórum e continuar investigando em “segredo de Justiça” – seu segredo. Mas não combinaram com a PF. Essa era a afronta ao STF.
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06:58 – 23 de jun de 2019
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Antes mesmo de Azevedo e a Folha começarem a reportar – disse que “quem conheceu Moro encontrou um homem abatido” porque “de julgador, passou um ser julgado.” Até mesmo o Estadão exigiu sua renúncia. Suas impropriedades são incontestáveis.
Os únicos defensores que Moro tem agora são Bolsonaro/PSL e Globo (e, se contar, seu porta-voz Antagonista). Isso não é nada. Mas muito mais reportagens estão chegando, de outros grandes meios de comunicação. Suas táticas cínicas de distração, deslegitimação e intimidação já eram.
Mais cedo ou mais tarde, a classe política terá de enfrentar a verdade desagradável, mas inevitável: Sérgio Moro e o processo que ele liderou, mesmo que tenha começado com boas intenções, se tornaram tão corruptos, politizados e injusto quanto aqueles que eles acusaram.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)