O JORNALISMO BRASILEIRO FICOU MAIS POBRE COM A MORTE DE CLÓVIS ROSSI

Estava na Folha desde 1980

Sofreu infarto há uma semana

O jornalista Clóvis Rossi morreu na madrugada desta 6ª feira (14.jun.2019) em São Paulo, aos 76 anos.

Ele estava em casa e se recuperava de infarto sofrido na semana passada. Rossi deixa mulher, 3 filhos e 3 netos.

O jornalista trabalhava na Folha de S. Paulo desde 1980. Começou a carreira em 1963. Trabalhou no Correio da Manhã, O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Jornal da República. Também passou pelas revistas Isto É e Autoesporte e teve blog no El País.

Leia aqui (para assinantes) seu último texto na Folha, publicado na 4ª feira (12.jun) no qual o próprio Rossi explicava seu estado de saúde.

“Sofri um micro-infarto na sexta (7.jun.2019), fiz a angioplastia, recebi um stent e, na terça (11), outra angioplastia, com mais quatro stents”, escreveu Rossi. “A alta está prevista para esta quinta-feira (13) e, como o músculo cardíaco não chegou a ser afetado, pretendo retornar à atividade profissional normal na próxima semana”.

O velório será nesta 6ª feira no Cemitério Getsêmani Morumbi, a partir das 16h. O enterro está marcado para sábado (15.jun), às 11h.

VIDA E OBRA
Clóvis Rossi nasceu em 25 de janeiro de 1943 no bairro do Bexiga, em São Paulo. Seu pai, Olavo, era vendedor de máquinas pesadas. Sua mãe, dona Olga, artesã de grinaldas e buquês de flores. Ele fez faculdade de jornalismo na Cásper Líbero.

Na juventude, jogou basquete. Tinha 1,98 m de altura. Rossi foi jogador do Esporte Clube Sírio.

O veterano jornalista Silvio Lancellotti, colega de coberturas de Rossi, escreveu em sua coluna no R7: “Antes de se tornar um jornalista além de excepcional, Clovis Rossi jogou Basquete naquele Sírio fantástico de Amaury Pasos, Victor Mirshawka, Celso Maneschi, Radvilas e Mindaugas Gorauskas, o treinador Angel Crespo etcetera etcetera. Eram os meados da década de 60 e, se o esporte das tabelas e das cestas perdeu um astro, a mídia escrita ganhou um dos seus profissionais mais justos, mais aprumados e mais dignos”.

Amante do futebol, Rossi torcia para o Palmeiras e para o Barcelona.

Ganhou os prêmios Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, e o da Fundação Nuevo Periodismo Ibero-Americano, criada por Gabriel García Márquez.

Em 2 de julho de 2015, foi o homenageado no 10º Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) pelo conjunto de sua obra. Durante a premiação foi apresentado 1 vídeo sobre a carreira de Rossi:

É autor dos livros “Clóvis Rossi, Enviado Especial, 25 Anos ao Redor do Mundo” e “O que é Jornalismo”.

“Clóvis Rossi foi 1 exemplo de repórter e analista íntegro. Jornalista a vida inteira, honrou sua profissão. Inspirou centenas de jornalistas, inclusive a mim. No início de minha carreira, nos anos 1980, lembro-me de várias ocasiões em que fui pedir conselhos a Rossi sobre quem deveria procurar para executar algumas pautas. Generoso, ele abria seu caderninho de endereços e sempre compartilhava nomes, endereços e telefones, numa época pré-internet e quando esse tipo de ajuda tinha valor inestimável. Sou muito grato a Clóvis Rossi e tenho orgulho de ter feito inúmeras coberturas jornalísticas em sua companhia. O jornalismo perde muito com sua morte. Desejo que todos os amigos e familiares tenham paz neste momento”, disse Fernando Rodrigues, diretor de Redação do Poder360.

PUBLICADO PELO “BLOG PODER 360” ( BRASIL)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *