Este blog, por algumas horas e com o devido pedido de “licença” de véspera, deixou de acompanhar o notíciário das redes para que seu autor fizesse o que sempre fez na vida: estar na rua, ao lado das causas da educação e da liberdade, sem o que nada do que escrevesse aqui teria sentido.
Como não estive na manifestação do dia 15, não posso dizer se foi maior, menor ou igual. Posso apenas dizer que havia gente para lotar da Cinelândia à Avenida Presidente Vargas, algo como 1,5 km de gente.
Muito maiores, claro, que os atos pró-Bolsonaro de domingo.
A mair forte impressão para quem participa de atos de protestos desde os anos 70: a juventude. A segunda, a forte natureza apartidária – embora não antipartidária – dos manifestantes. Claro, havia algumas bandeiras de partidos, mas não eram a tônica.
Entre os mais velhos que participaram do ato – a classe média de meia-idade, a maior beneficiária dos avanços vividos pela universidade pública , tinha presença pouco significante, uma pena – algo assombrava: a incredulidade de termos retrocedido tanto e termos, em última análise, um governo de energúmenos.
Várias vezes ouvi que a ditadura que combatemos era, ao menos, menos escandalosamente burra que os sujeitos que estão no poder.
Ass ruas – já leio a cobertura do que houve em São Paulo e Belo Horizonte – não se esvaziaram.
A polarização, portanto, não vai cessar, só crescerá.
Ainda mais com a postura estúpida do Ministério da Educação, de pretender proibir a manifestação de professores, estudantes e até de pais de alunos.
Isso só vai aumentar a adesão ao movimento.
“Cala a boca” nunca deu certo, ainda mais com jovens.
Amanhã a gente volta a fazer analises. Hoje é o dia da emoção dee ter cumprido o dever de defender aquilo que me fez ser o que sou, dia de descansar a cabeça e de sentir que, tantos anos depois das primeiras batalhas que travamos estamos vivos, sãos e prontos para ser o que nunca deixamos de ser.
A propósito: percorri a manifestação ao lado dos meus companheiros de universidade de 42 anos atrás. Foram horas de juventude que não têm, de forma alguma, preço para quem se orgulha da vida longa que se viveu.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)