Rodrigo Maia declarou ao Estadão que pediu ao deputado Samuel Moreira, relator da Reforma da Previdência, que “antecipe em uma semana ou cinco dias a leitura do texto”.
Ao menos publicamente, Rodrigo Maia cede aos grupos bolsonaristas que o acusaram de ser um “empatador” da PEC da Previdência.
Desmoraliza-se, sem que nenhuma vantagem lhe venha disso, porque deixa de ser referência dos parlamentares que estão espumando de raiva do tratamento que o governo Bolsonaro lhes dá.
Bem cedo, hoje, escrevi sobre o “Tratado de Versalhes” que era o armisticio entre o presidente, Maia e Dias Toffoli.
Vê-se que é assim: Maia é ofendido, agredido por faixas, bonecos e cartazes e, como reação, faz o que queriam dele.
De prêmio, ganhou uma cartinha em que Bolsonaro “abre mão” de deixar o Coaf com Moro, diante de um Senado onde os bolsonaristas ameaçavam revogar a votação patrocinada por Maia.
Fui corrigido por um leitor que achava que Bolsonaro não tinha a força do vencedor. Lembremos que força é um conceito que, para ser avaliado, depende da capacidade de resistir daquele que é forçado.
Peço perdão por não me lembrar do autor (creio que autora, aliás) da definição de que Bolsonaro tinha colhido uma vitória porque as manifestações tinha sido apresentadas e lidas pela mídia como “pela reforma da Previdência”.
A ideia de Maia em se mostrar como “parteiro” da reforma resultou em que ele se disponha a ser a babá dos minions.
O clima, até agora civilizado, na comissão especial da Previdência vai desandar. Nem todo o “Centrão” será dócil como Maia aparenta ser.
Talvez, até, ele conte com isso.
Lembre-se que a política, no Brasil, não é a defesa de ideias, mas um jogo sujo de espertezas.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)