Wanderley explica por que o Fernando Henrique gosta tanto do Max Weber
Na 984ª entrevista da semana passada, quando se sentou no foro privilegiado da Fel-lha, o Farol de Alexandria se referiu várias vezes a Max Weber, como faz sempre que precisa exibir a falsa cultura (como diria o Millôr Fernandes) a parvos entrevistadores e leitores.
Não é uma boa ideia.
Como demonstra o professor Wanderley Guilherme dos Santos, que a entrevista menciona, sem assumir a responsabilidade de explicar por quê.
É tipico dele, do FHC…
Ao implacável Wanderley:
Em outubro de 1914, noventa e três intelectuais alemães aderiram a um manifesto assumindo a responsabilidade pela promoção da propaganda de guerra. Stefan Zweig e especialmente Thomas Mann e Max Weber foram dois dos mais importantes líderes a se engajarem na tarefa e a comemorarem o conflito europeu:
“E, para dizer a verdade, devo reconhecer que houve um majestoso e mesmo sedutor neste primeiro rompimento, nesta primeira erupção popular do qual só se podia escapar com muita dificuldade”, escreveu Zweig (tradução livre do inglês).
No prefácio de a “Montanha Mágica”, Mann caracteriza a explosão da guerra como um momento seminal, início de tantas coisas que “até hoje não cansaram de germinar” (tradução livre do inglês).
Entre outros europeus, também H.G. Wells, na Inglaterra, e Emile Durkheim, na França, empenharam-se no conflito, com Durkheim assumindo responsabilidades na propria organização das operações.
Em “O Presidente do Reich”, Weber expõe sua antipatia pelo Parlamento e pelas massas que começavam a aparecer nas eleições. Ordem, estabilidade e progresso precisam de um lider que, sem a mediação das instituições intermediárias, conduza a Nação – considera Weber.
Essas e muitas outras referências à vocação autoritária de Max Weber encontram-se em Frank Furedi, “First World War – still no end in sight”, London, Bloomsberry, 2014 .
Em ensaio de 1918, antes do fim da guerra mundial, “Reflections of a Non Political Man”, Thomas Mann escreveu que a Democracia era “estranha e de caráter tóxico ao caráter alemão”.
Como acrescenta o historiador Furedi, “o ensaio não era apenas um ataque à Democracia, mas também uma celebração do autoritarismo. Ele (Mann) exclamava que o “muito desacreditado” “estado autoritário” é e permanece como o único próprio e adequado ao povo germânico, e o único que ele basicamente deseja’”. ( P.52 do mesmo volume de Furedi).
Repito há décadas que a maioria dos liberais brasileiros é autoritária fora do poder, às vezes entendido como piada, outras como cinismo.
Nunca foi e, agora, com os exemplos de várias décadas, generalizo: os liberais do mundo inteiro são autoritários fora do poder.
O subentendido é o de que só são limitados pela reação política.
WANDERLEY GUILHERME DOS SANTOS ” CONVERSA AFIADA” ( BRASIL)