Jair Bolsonaro não percebe ou não quer entender que seu desgaste vem de sua inação no plano econômico e dos destemperos de agressividade em que ele é pródigo.
Acha mesmo que é uma conspiração esquerdista, pontuada de devassos e drogados, a onda de rejeição contra ele que vem se avolumando.
E que as suas falanges, domingo, afugentarão esta “corja”, e amedrontarão o suficiente o Congresso e o Judiciário para que possa fazer à vontade o governo circense de revólveres, fuzis e pautas “morais”.
Não é possível pensar Jair Bolsonaro esquecendo do que Jair Bolsonaro sempre foi: um lobo solitário e feroz, não um agregador.
A situação está se agravando e ele crê que é ótimo que o circo pegue fogo.
A crise, para ele, é amplificadora das angústias que podem levar a um regime autoritário.
Podem.
Mas, no caso dele, com seu crescente desprestígio, levam com mais facilidade à queda. Mídia, mercado, militares e redes sociais o levaram ao governo.
Um dos pés se foi, dois outros vacilam e só o último ainda é forte.
Domingo, vai tentar transferir o virtual para o real. Ainda que consiga em alguma escala, depende da mídia para que isso se torne uma percepção generalizada.
Difícil que aconteça.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)