O Estadão publica que um grupo de advogados prepara um recurso para que Lula seja imediatamente colocado em regime semiaberto.
Ricardo Galhado narra que o movimento teria tomado força após a publicação de artigos dos juristas Lenio Streck e Carol Pronner de que, com a redução da pena no caso do apartamento do Guarujá para 8 anos e 10 meses e com praticamente 13 meses cumpridos de reclusão em Curitiba, poderia ser aplicado o mecanismo – legal e pacificado nos tribunais – da chamada “detração” de pena.
Assim, subtraindo da pena estipulada a parte já cumprida, restaria a cumprir menos de oito anos, o que, pela lei, implicaria em regime semiaberto, podendo sair durante o dia para trabalhar e regressando à noite para dormir numa prisão.
É claro que seria melhor que o isolamento para qualquer pessoa, mas não para Lula.
O ex-presidente não vai se submeter sair e voltar escoltado de um presídio, a trabalhar sob a vigilância de guardas – não o impuseram até numa entrevista? – ou às provocações que militantes de extrema direita buscariam fazer, naturalmente que respondidas por seus apoiadores.
Lula tem política na cabeça e ele próprio disse que prefere ver tolhida a sua liberdade que humilhada sua dignidade.
É provável, portanto, que permaneça preso até setembro, quando flui o prazo para a progressão pena que o colocaria em regime domiciliar. Em casa, pode conversar com mais pessoas – vai ser difícil colocar tantas restrições como as que tem hoje – e evitar as armadilhas de seus adversários.
Certamente os advogaros que pensaram nesta “saída” o fizeram com o melhor dos sentimentos de justiça, para amenizar o sofrimento de quem é vítima de uma armação judicial.
Mas é por isso mesmo que Lula não tem interesse em uma “solução” que não restaure, minimamente, seu status de dignidade pessoal.
Lula é um ser humano, tal como qualquer um de nós, mas é também um personagem político com responsabilidades e forças que nenhum de nós pode imaginar.
FERNANDO BRITO ” BLOG TIJOLAÇO” ( BRASIL)